Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Lula e seu discurso de ódio -

EDITORIAL GAZETA DO POVO - PR
O ex-presidente demoniza os críticos, que não passariam de ricos cruéis que não suportam ver um pobre ter um prato de comida

Tornou-se lugar comum, ao tratar do nível do debate político brasileiro, criticar a polarização, o radicalismo e a agressividade com que são tratados aqueles que têm opiniões discordantes. Das mídias sociais às tribunas do Poder Legislativo, usa-se e abusa-se de termos pejorativos como se bastasse, para sair vencedor de um debate, colar um rótulo no outro. O termo “discurso de ódio” virou muleta do governo e da blogosfera chapa-branca para patrulhar qualquer manifestação mais enfática de oposição, mas o exagero não quer dizer que o discurso de ódio não exista – ele está mais vivo que nunca. E um de seus grandes fomentadores, se não o maior deles, atende pelo nome de Luís Inácio Lula da Silva.

Na sexta-feira passada, na posse da nova diretoria do Sindicato dos Bancários do ABC, em Santo André (Grande São Paulo), o ex-presidente comparou os adversários do PT a nazistas. “Estou cansado com o tipo de perseguição e criminalização que tentam fazer à esquerda desse país. Parece os nazistas criminalizando o povo judeu e romanos criminalizando os cristãos”, afirmou, sem medo da analogia absurda que fazia, que chega a ser ofensiva a grupos que realmente foram vítimas de perseguição arbitrária e assassinato em massa. A comparação com o nazismo não é nova: Rui Falcão, presidente do partido, usou o mesmo recurso em janeiro de 2013 para criticar a imprensa e o Ministério Público.

O discurso aos bancários veio na sequência de outro, talvez ainda mais relevante por causa da plateia a que se destinou. Em junho, em Roma, na abertura de uma conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Lula criticou o “preconceito por parte da imprensa brasileira e de alguns setores privilegiados da sociedade” nos seguintes termos: “Eu nunca pensei que dar comida aos pobres causasse tanta indignação”, segundo os sites do PT e do Instituto Lula. O discurso dos “ricos incomodados com a ascensão social dos pobres” é característico do lulismo e também esteve presente no evento de Santo André, quando o ex-presidente repetiu que “pobre ir de avião começa a incomodar; fazer faculdade começa a incomodar; tudo que é conquista social incomoda uma elite perversa”. Mas acusar a “elite” de se indignar porque os outros têm o que comer eleva a demonização a um novo patamar.

A consequência desse tipo de discurso é clara. Quem adota práticas nazistas, ou quem acha absurdo que os pobres tenham o que comer, só pode ser um demônio, e com demônios não há conversa; há apenas o enfrentamento e, se possível, a aniquilação. Demônios não têm direitos, precisam ser caçados, “apanhar nas ruas e nas urnas”, como disse uma vez José Dirceu. É assim que Lula enxerga todos aqueles que se opõem ao projeto de poder petista. Isso poupa o ex-presidente de um trabalho ingrato: o de argumentar contra aqueles que criticam a maneira como o partido conduz a economia, o de defender o intervencionismo estatal contra os que desejam um ambiente de negócios mais amigável ao empreendedor, o de explicar o enorme carinho do governo por ditadores latino-americanos e africanos, o de defender os crimes cometidos por líderes do PT em benefício do partido, como o mensalão. Os adversários do lulopetismo criticam seu ideário e suas práticas, como convém ao debate democrático. Mas é muito mais fácil criar uma lenda negra em que os críticos são, na verdade, ricos cruéis que não suportam ver um pobre ter um prato de comida.
E, se depender dessa retórica, o ódio a esse tipo de monstro que quer ver o pobre morrer de fome chegaria até a ser justificado – basta lembrar o que disse, em 2007, Matilde Ribeiro, então ministra da Igualdade Racial, que em entrevista à BBC Brasil considerava “natural” a “reação de um negro de não querer conviver com um branco”. Embora Matilde afirmasse logo em seguida que não estava incitando discriminação, seguiu adiante com a demonização, afirmando que “quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou”, anulando os indivíduos reais e transformando-os apenas em membros de uma classe “opressora” ou “oprimida”.

Assim, os adversários políticos, em vez de serem simplesmente os defensores de uma ideologia diversa, que se enfrentam no campo das ideias, se tornam verdadeiros inimigos do povo, ou da pátria – uma imagem que evoca a retórica dos piores totalitarismos. É isso que Lula vem pregando, e com isso ele desagrega a sociedade. Não é disso que o país precisa. Que os petistas capazes e preparados para entrar no debate respeitando seus interlocutores, usando argumentos e não rótulos, possam tomar a dianteira na cena pública e derrotar o discurso de ódio.
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O Proibidão do Porto -

GUILHERME FIUZA  ÉPOCA
O GIGANTE SE CONTORCE TODO PARA NÃO VER QUE O PETROLÃO É PARTE DE UM PROCESSO DE PILHAGEM

O gigante está sambando. Num ataque crônico de sonambulismo, ele vem requebrando freneticamente -em formidáveis acrobacias para manter Dilma Rousseff no Planalto. A cada novo petardo da Lava Jato expondo a indústria de corrupção montada pelo PT no topo da República, o gigante mostra seu poder de esquiva, No melhor estilo Ronaldinho Gaúcho, ele olha sempre para o lado em que a bola do petrolão não está. E acaba de contrair um doloroso torcicolo, em sua guinada para não ver a literatura explosiva dos bilhetes de Marcelo Odebrecht na cadeia.

O Brasil já mostrara toda a sua ginga ao virar a cara, numa pirueta radical, para o encontro secreto de Dilma com Lewandowski em Portugal. A presidente da República e o presidente do Supremo Tribunal Federal, irmãos de credo, reúem-se às escondidas fora da capital portuguesa, no momento em que o maior escândalo de corrupção da história do país (envolvendo o governo dela) tem seu destino nas mãos da instância judiciária máxima (presidida por ele). Normal, No que o encontro vazou» a dupla explicou tudo: a reunião foi para discutir o reajuste dos servidores da Justiça.

Perfeitamente compreensível. Não há outra forma de discutir salário de funcionários públicos a não ser cruzando o Oceano Atlântico para um cafezinho clandestino. No Brasil, é mais fácil uma aberração dessas virar rap — o Proibidão do Porto — do que acordar a platéia para os riscos que rondam a Operação Lava Jato. Como os brasileiros se cansaram de ver no mensalão - ou pelo visto não se cansaram —, esse gato se esconde com o rabo de fora.

A inabalável posição de Lewandowski pró-mensaleiros, em harmonia com a inabalável lealdade de Dilma aos companheiros apanhados em situação de roubo, é a sinfonia que se repete no petrolão. Entre as cenas que se seguiram ao Proibidão do Porto está o cerco ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha - personagem venenoso que fustiga o governo. Surgiram oportunamente indícios, embalados por declarações providenciais do procurador Janot - um homem providencial - empurrando Cunha para o STF de Lewandowski. O presidente da Câmara respondeu que não vé problema em ser investigado no Supremo, desde que Dilma seja também.

É esse tipo de comentário que faz o gigante rebolar. Como assim, investigar Dilma? Por que investigar a presidenta mulher, mãe, avó e que até tem um cachorro? Que foi perseguida pela ditadura? (Embora hoje não se saiba ao certo quem persegue quem.) De sua cela, Marcelo Odebrecht mandou a resposta: porque ela recebeu dinheiro sujo do petrolão diretamente de uma conta na Suíça para sua campanha presidencial. Que tal? Essa informação foi captada pela Polícia Federal de um celular do empreiteiro preso, em forma cifrada, mas bastante clara. Como já vinha se desenhando com clareza nas delações premiadas, praticamente todas apontando para financiamento de Dilma e do PT com propinas do petrolão, através do ex-tesoureiro Vaccari.

Por uma enorme coincidência, a empreiteira é a mesma em favor da qual Lula é suspeito de fazer tráfico internacional de influência, conforme investigação em curso no Ministério Público. O instituto Lula diz que vários ex-presidentes viajam para defender interesses das empresas de seus países. Resta saber se algum deles recebe cachês estratosféricos das empresas que defendem ou se viaja com uma bolsa BNDES a tiracolo para fazer brotar instantaneamente qualquer obra em qualquer lugar.

O gigante se contorce inteiro para não ver que o petrolão, como o mensalão, é parte de um processo de pilhagem - aí incluídas outras táticas parasitárias como as pedaladas fiscais, tudo a serviço da transfusão de dinheiro público para um grupo político bonzinho se eternizar 110 poder. O Brasil está comendo o pão que o diabo amassou, mergulhando numa recessão que não segue o panorama mundial, nem continental - e ouve numa boa o companheiro Ricardo Lewandowski declarar, após o Proibidão do Porto, que a derrocada econômica nacional é decorrente da crise de 2008 nos Estados Unidos...

Claro que ninguém perguntou nada ao presidente do STF sobre a conjuntura econômica. Mas não precisa, porque eles estão ensaiadinhos e são desinibidos. A ópera-bufa não tem hora para acabar, enquanto a platéia estiver dormindo.










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QUEM É A ELITE PERVERSA DE LULA

por David Coimbra. 

Lula acha que os governos do PT são criticados e que a popularidade de Dilma é de apenas 7% porque graças a ele, Lula, os pobres agora viajam de avião e comem em restaurantes.
Sério, ele pensa isso.
Sua frase, durante um discurso para 200 pessoas no ABC paulista, no fim de semana, foi a seguinte:
"Eu ando de saco cheio. Tudo que é conquista social incomoda uma elite perversa neste país".
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É estranho. Jurava que a elite amava Lula. Afinal, vejamos:
1. Nunca na história deste país, os banqueiros obtiveram tantos lucros como nos governos do PT;
2. A elite política, representada por Maluf, Sarney, Calheiros, Temer, entre outros, sempre esteve fechada com Lula. Um de seus aliados, Fernando Collor, inclusive, pôde montar uma linda coleção de carros de playboy durante as administrações petistas;
3. Empresários emergentes, como Eike Batista, emergiram de vez graças a generosos empréstimos do BNDES, mesmo que depois tenham submergido;
4. Há vários amigos próximos de Lula morando atualmente no Paraná, todos com sobrenomes famosos, como Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Um deles até o apelidou, carinhosamente, de "Brahma".
Esses é que são a elite do Brasil. A elite do Brasil mora em tríplex, como Lula. Roda em Maseratis, como Collor. Tem contas na Suíça, como Odebrecht. Assalariados, como eu e a maioria dos meus amigos, não pertencemos à elite. Mas Lula quer dizer que sim. Quer dizer que eu, filho de professora primária e neto de sapateiro, que sustento minha família com meu salário, amigo de aposentados que ganham mil reais por mês, de funcionários públicos que pagam aluguel, de jornalistas que andam de ônibus, Lula quer dizer que eu e toda essa gente que sofre com o desconto do Imposto de Renda, com a falta de água e de luz a cada chuva, com as ruas esburacadas, com os assaltos, com a educação deficiente, com os hospitais lotados e com o preço do tomate, Lula quer dizer que nós somos da elite?
Não somos, Lula. E tampouco nos importamos, eu e todas, absolutamente todas as pessoas que conheço, com pobres que frequentem restaurantes ou aeroportos. Nos importamos é com um país em que os assalariados pagam imposto para ter segurança, saúde e educação públicas e, ao mesmo tempo, pagam por segurança, saúde e educação privadas. Nos importamos é com um país que coloca presos em masmorras medievais, um país em que 60 mil pessoas são assassinadas e outras 50 mil morrem em acidentes de trânsito a cada ano, um país em que são gastos bilhões para construção de estádios em lugares onde praticamente não existe futebol, um país que tem sua principal estatal sangrada em bilhões de dólares pela navalha da corrupção. É com isso que nos importamos, nós, que você chama de elite perversa. Nós, elite perversa? Não. Elite perversa são seus amigos magnatas que o levam para passear de jato fretado, são seus intelectuais apaniguados, seus jornalistas financiados, seus donos de blogs comprados, seus parlamentares cooptados. Você, Lula, e os parasitas dos trabalhadores do Brasil, vocês são a elite perversa.




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FAMÍLIA - PERDEU-SE UM TESOURO?

por Percival Puggina

(Publicado originalmente na revista Voto)

 É provável que só com ler o título deste artigo alguém já me esteja admoestando mentalmente: "Olha que Estado é laico!". Como se eu não soubesse! Tal advertência, tantas vezes lida e ouvida, tem por finalidade silenciar qualquer opinião que, objetiva ou subjetivamente, mantenha relação com alguma orientação religiosa cristã. Isso leva ao seguinte disparate: o ateu, o comunista, o materialista, o maria-vai-com-as-outras, o iletrado e o doutor, podem falar sobre quaisquer assunto, especialmente sobre moral e valores. Admitem-se, inclusive, com reverências e como referências, posições das mais diferentes culturas, da txucarramãe à budista. Calem-se, contudo, os que pretendam dizer algo que guarde relação com a tradição judaico-cristã, fundadora, com a filosofia grega e o direito romano, da civilização ocidental.

O tema "família" sempre foi conteúdo importante nas posições filosóficas e ideológicas. Os totalitarismos investem contra a instituição familiar dado seu notável efeito na transmissão dos valores através das gerações. Procuram afastar os filhos dos pais, entregando-os pelo maior tempo possível às orientações do Estado. Incentivam os jovens a delatar os genitores por posições ou atividades contra o Estado. Engels, em "A origem da família, da propriedade e do Estado", vai na esteira aberta por Marx que pretendeu ter diagnosticado a família - mais do que a propriedade - como origem da desigualdade. Fabulou ele que, no microcosmo da família, o pai opressor desempenhava papel análogo ao do capitalista em relação ao proletário. Ali habitava a matriz das desigualdades a ser combatida por aqueles que consideram toda desigualdade como um mal em si mesmo - o que, aliás, é absolutamente falso.
Convém lembrar, de outra parte, que não apenas os coletivismos e os totalitarismos investem contra a instituição familiar. Também os defensores do individualismo exarcebado, anarco-individualistas, a atacam, embora por outra frente. Consideram que a família, por se constituir em um "coletivo" a influenciar fortemente os indivíduos, acaba opondo obstáculos à liberdade de cada um. Portanto, em benefício da liberdade de todos, é preciso reduzir a força desses vínculos internos. É preciso abri-la. E então, surpresa! Estes últimos, que desconsideram a dimensão social da pessoa humana, acabaram sendo mais eficazes na erosão da instituição familiar do que os próprios marxistas. Entende-se. Os marxistas se acasalaram com um sistema econômico inviável e o fracasso econômico acabou desacreditando seu arcabouço filosófico. Restou apenas a mentalidade totalitária como participante do jogo político.
A ideologia de gênero, tão em voga, assedia o mesmo inimigo comum, ou seja, a instituição familiar. Em nome do coletivismo e do igualitarismo, desconhece o sexo com que se nasce para fazer, do gênero, objeto de uma construção. Não havendo sexo, extinguir-se-ia a diferença e se instauraria a igualdade. Convencer as crianças disso, é proclamado indispensável à "desnaturalização dos papéis de gênero e sexualidade". Pelo viés oposto, a ideologia de gênero, em nome do individualismo anárquico, faz dessa "pedagogia" uma educação para a liberdade.
Não é difícil perceber o que vai acontecer com a família à medida em que forem prosperando os ataques ao seu sentido natural, à sua finalidade essencial, e sendo adelgaçados, por vários modos e motivos, os vínculos entre seus membros. Combater a instituição familiar é atentar contra a humanidade e a liberdade. A família é essência do espaço privado, grupo humano em relação ao qual o Estado só deve agir para proteger e onde não deve entrar sem expressa e muito bem justificada determinação judicial. Ela é o porto seguro, escola do amor afetivo e efetivo, do serviço mútuo, do sacrifício pelo bem do outro, do martírio e do êxtase. Onde mais se haverá de prover tudo isso, geração após geração?
Alguém dirá que o parágrafo acima é ficcional. Que não se pode tomar a exceção por regra. Admitamos. Admitamos que o descrito é exceção e que a regra, agora, é outra. Perdeu-se, então, um tesouro.





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"Eu sou vocês amanhã",

por Eliane Cantanhêde O ESTADO DE SÃO PAULO
Confirmado. Tudo o que a presidente Dilma Rousseff queria ao atrair para o recanto do seu lar todos os governadores do País era pedir apoio a eles para a "travessia" e para concluir o mandato em 2018. Ou seja, Dilma só queria tirar uma foto e dar um grito de socorro contra o impeachment. Seria só patético, não fosse dramático que uma presidente recém-eleita, com apenas meio ano de mandato, tenha chegado a tanto.
De casaquinho azul bebê, Dilma falava para os governadores (e para o público da TV oficial) em “travessia”, “democracia”, “humildade”, “somar esforços”, “cooperação” e “parcerias”. Nos sites, as manchetes eram outras, no tom cinzento e ameaçador da crise. O déficit das contas públicas foi de R$ 8,2 bilhões num único mês, o de junho, o que gerou um resultado negativo de R$ 1,6 bilhão no primeiro semestre. É o pior resultado em toda a série histórica. Mais um recorde da era Dilma.
E não parou por aí, porque os juros do cartão de crédito atingiram estonteantes 372% ao ano. Ok, todo mundo sabe que endividamento com cartão é fria, mas a chamada “nova classe média” está meio perdida no paraíso com o aumento do desemprego e a queda da renda e, no aperto, pode recorrer ao cartão e cair na esparrela. Sem contar que os juros no cartão são só um aspecto dos juros escorchantes.
Bem, enquanto o mundo real continuava produzindo uma notícia ruim atrás da outra, Dilma dizia aos governadores que “é preciso ter humildade para receber críticas”, mas fazia justamente o contrário, de certa forma desafiando: “Eu sei suportar pressão e até injustiça”. Ou seja, preferiu encenar o papel de vítima, sabe-se lá de quem e de quê, a humildemente se assumir como algoz da economia. 
E repetiu o cardápio de sempre para tentar justificar a injustificável crise econômica: colapso do preço das commodities, desvalorização do real, crise internacional (“que continua não esmorecendo”) e a seca. A consequência de tudo isso, concluiu, foi uma forte queda na arrecadação de impostos e contribuições sociais. Digamos que, sim, há verdade nesses fatores objetivos. Mas e o fator Dilma Rousseff? 
Ela não deu um pio sobre a sua crença íntima de que um pouco de inflação não faz mal a ninguém, a arrogância de ter baixado os juros artificialmente, a canetada que desestruturou o setor elétrico, a troca do sistema de concessões para o de partilha na exploração do pré-sal, a sinalização de uma guinada estatizante para os investidores internos e externos. Como não fez nenhuma referência, indireta que fosse, à corrupção deslavada que fragilizou a Petrobrás e minou a confiança externa.
Do ponto de vista político, Dilma tentou mobilizar os governadores contra o Congresso, onde, como advertiu, tramitam medidas com efeito direto sobre as contas tanto do governo federal quanto dos estaduais. Teve até o cuidado de distribuir uma cartilha elencando projeto por projeto do que a gente chama de “pauta-bomba”, aquela que finge que é para beneficiar categorias e pessoas, mas só serve para azucrinar Dilma Rousseff.
Mas tudo isso é detalhe. O fato é que Dilma convocou os governadores a Brasília com o único objetivo de obter apoio político. Sem pronunciar aquela palavrinha maldita – impeachment – nem fazer referências indiretas àquela data aterrorizante – 16 de agosto –, a presidente mandou um recado subliminar para os governadores, ao lembrar que ela, como eles, conquistou seu mandato democraticamente e vai concluí-lo em 2018. Soou assim: se me derrubam hoje, amanhã podem ser vocês. O pior, para todos eles, é que pode mesmo.
Marta e PMDB. O vice Michel Temer deu dois conselhos sensatos para tentar melhorar a posição do PMDB na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2016. A Paulo Skaf, sugeriu que sondasse a seção paulista do partido sobre a entrada da senadora Marta Suplicy. À própria Marta, que se articulasse com o PMDB, mas sem fechar as portas no PSB. O seguro morreu de velho.
extraídaderota2014blogspot

"O colapso irrecuperável do petismo",

por Reinaldo Azevedo  FOLHA DE SÃO PAULO

O "petrolão" já tem uma derivação: o "eletrolão". Com mais algumas enxadadas, novas minhocas podem brotar. Quem sabe o "estradão", "meu casão meu vidão", "saudão", "escolão", "pacão"... E quantos outros aumentativos vocês queiram rimar aí para indicar um estado que foi literalmente assaltado pelo crime e que não tem solução.
O governo desapareceu. Dilma se alimenta de algumas esperanças que, embora plausíveis, têm pouco efeito prático para ela. Pensemos em Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. A sua situação vai, por desdobramento óbvio, se agravar –afinal, é certo que será denunciado por Rodrigo Janot.
Digamos, só por hipótese, que Cunha saísse de cena. Dilma ficaria rigorosamente onde está. Seu discurso dialoga cada vez mais com os rinocerontes que batem à porta. A mais recente contribuição da presidente, todos vimos, foi anunciar que, tão logo cumpra no ProUni a meta que faz questão de não ter, pretende dobrá-la. 
Fez tal raciocínio especioso uma vez. Achou pouco. Repetiu-o. A claque aplaudiu.
Em todas as outras crises, antes ou depois de 1964, sempre houve ao menos com quem conversar. Quando a conversa falhou... Conversar sobre o quê? Não precisa ser sobre um arranjo de compadres, táticas ou estratégias para conter as investigações ou conchavos, conluios e conspiratas. Há, é evidente, um núcleo de interesses que não diz respeito ao governo ou à oposição, mas ao país. Até Lula, apesar dos discursos rombudos, mantinha interlocutores.
Desta feita, não há ninguém, o que decorre também das escolhas feitas pela presidente para cuidar da política. O vice, Michel Temer, reconheça-se, até que tenta esfriar a crise com falas moderadas, ensaiando a constituição de um núcleo de governabilidade no Congresso, mas a realidade insiste em atropelá-lo. Eis aí o "eletrolão" tomando vulto, com todos os elementos necessários para causar um curto-circuito também no PMDB.
Até João Santana, competentíssimo na sua área, mostra que se deixou contaminar pelo clima de bunker sitiado. O ator que vai conduzir o programa do partido na TV, no dia 6, é uma espécie de "hater" profissional, que sempre escolheu com os críticos do governo, nos embates nas redes sociais, as armas da agressão verbal e da desqualificação. Na prática, Dilma e o PT vão convocar o megaprotesto do dia 16.
Esse costuma ser o fim de governos em crise. Mas estamos apenas no começo. É o colapso do petismo. Não sobrou ninguém nem para acender a luz.
*
Há um erro lógico irrecuperável no raciocínio de Bernardo Mello Franco, nesta Folha, ao afirmar que a prisão do vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente da Eletronuclear, "serve de alerta" para os que defendem "a volta dos militares". Não serve. Se servisse, seria o contrário: lembraria como são poucos os militares envolvidos em lambança. Se um militar eventualmente corrupto conspurca a categoria, as centenas de civis flagrados com a boca da botija provariam a inviabilidade da democracia. Aí só restaria a ditadura dos bons, a tal "Politeia" platônica... A propósito: alguém relevante defende a volta do governo fardado? A ditadura não é ruim porque militar ou civil. Tampouco se deve indagar se ela funciona (China) ou não (Cuba). Devemos repudiá-la por imperativo ético. Aí a gente pode viajar no Platão que vale a pena.
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As habilidades de Dilma

Editorial O Estado de São Paulo
 É preciso acabar de uma vez por todas com a lenda segundo a qual a presidente Dilma Rousseff enfrenta imensas dificuldades políticas porque não é afeita ao varejo das negociações com o Congresso e porque ela tampouco se anima a se expor aos eleitores em busca de popularidade. O desastre de sua presidência não resulta dessas características, e sim de sua incontestável incapacidade de diagnosticar os problemas do País e de ministrar-lhes os remédios adequados. A esta altura, a maioria absoluta dos brasileiros, de todas as classes sociais, já se deu conta de que o problema de Dilma não é sua reclusão ou sua ojeriza aos políticos, mas simplesmente sua incompetência. Prometeram-lhes uma “gerentona” e lhes entregaram uma estagiária.
Portanto, tende a ser inútil a mais nova ofensiva de comunicação planejada pela assessoria da presidente com o objetivo de reverter o mau humor do País em relação ao governo petista. Inútil porque, enquanto se tenta mostrar uma Dilma mais “humana”, que é o que pretendem os marqueteiros do Planalto, conforme revelado em recente reportagem do Estado, os problemas concretos que resultam de sua má gestão continuarão a assombrar os brasileiros na vida real, especialmente o desemprego, a queda da renda e a inflação.
A mudança na comunicação de Dilma é tratada como questão de urgência urgentíssima, pois a pressão sobre a presidente é intensa. Estão programadas para o dia 16 de agosto manifestações que, a julgar pela pronunciada queda de popularidade da presidente, devem ter grande afluência e visibilidade. Além disso, crescem as suspeitas de que as falcatruas constatadas pela Operação Lava Jato podem ter ajudado a irrigar as campanhas eleitorais petistas, inclusive a de Dilma. E há também a percepção de que a irresponsabilidade fiscal da presidente ao longo de seu primeiro mandato, maquiada por truques contábeis, pode resultar em um processo que comprometa de vez o seu mandato. Tudo isso se dá em meio à certeza de que sua base no Congresso é apenas nominal, não representando nenhuma garantia de sustentação, especialmente em meio ao azedume da opinião pública nacional com o espantoso escândalo de corrupção na Petrobrás e com o desastre na economia.
Anuncia-se que o novo arsenal de comunicação de Dilma incluirá a participação da presidente em programas populares de TV e também a criação de um site chamado Dialoga Brasil, em que ministros responderão a dúvidas, sugestões e críticas dos internautas sobre programas do governo. Além disso, Dilma pretende fazer um giro por cidades do Nordeste com a difícil missão de tentar demonstrar que ainda tem popularidade – ela teve expressiva votação na região na eleição de 2014, mas mesmo lá, segundo as últimas pesquisas, a desaprovação a seu governo disparou.
As recentes tentativas de Dilma para melhorar sua imagem foram feitas a partir de iniciativas pessoais, com resultados embaraçosos – ela chegou a saudar a mandioca e a elogiar a “mulher sapiens” em um discurso. Além disso, ao dizer que defenderia seu mandato “com unhas e dentes”, Dilma trouxe o tema do impeachment definitivamente para a pauta política. Até os áulicos da presidente consideraram essas manifestações desastrosas.
Agora, porém, a mobilização do Planalto parece se dar de acordo com as diretrizes de seu padrinho, o ex-presidente Lula, que várias vezes cobrou de Dilma que viajasse mais pelo País e encostasse “a cabeça no ombro do povo” para ouvir suas queixas. Lula também pretende viajar pelo Nordeste e convencer os movimentos sociais a se mobilizar na defesa de sua afilhada. A estratégia para “vender” um governo ativo, com uma “agenda positiva”, foi combinada por Lula com Dilma em um encontro no Alvorada na semana passada, segundo o jornal O Globo.
Dilma, Lula e os petistas agarram-se assim à crença de que basta melhorar a comunicação com os eleitores para que esse combalido governo comece a respirar e a dar a volta por cima. De fato, a atividade política é baseada em imagem, marketing e slogans, mas, como mostram as agruras de Dilma, só isso não é suficiente: se a embalagem do produto vendido estiver vazia, o consumidor se sentirá enganado e não tornará a comprá-lo.






EXTRAÍDADEAVERDADESUFOCADA

INCOMPETÊNCIA OU ESTRATÉGICA POLÍTICA?

A. C. Monteiro - Advogado
 Os dois ao mesmo tempo! A incompetência porque não conseguiram durante doze anos de governo esconder dos brasileiros os verdadeiros objetivos pretendidos pela cúpula petista, qual seja: implantar no país uma ditadura do proletariado nos moldes cubano, onde o povo vive mergulhado, há décadas, nos “caldeirões do inferno”. Grifei.Adotando-se a teoria gramscista, em franco e acelerado andamento no Brasil, com fincas no elaborado Foro de São Paulo pelos ilustre ideólogos do comunismo internacional, os apátridas brasileiros prosseguem a passos largos desenvolvendo, item por item, o plano diabólico ali desenhado, objetivando atingir as metas traçadas naquele documento, muitas das quais, plenamente realizadas, durante o governo do PT.
Situação fática ora do conhecimento da população brasileira que não mais se deixa levar pelas mentiras e leviandades desse governo corrupto, que se diz democrata. Contudo, em surdina e nos bastidores palacianos, trama contra o Estado Democrático de Direito. Basta cotejar os afagos e os atos por ele praticados em prol dos países com os quais se alinham ideologicamente para ter-se a certeza do alegado. Haja vista os bilhões de dólares enviados via BNDES, para tais países e sem nenhuma contrapartida para o Brasil, e que está sendo objeto de investigação pela CPI da Câmara dos Deputados.
Embora incompetentes, o mesmo não se pode dizer com referência à estratégia que vêm adotando no plano político ideológico visando alcançar os desideratos traçados no Foro de São Paulo, rumo ao comunismo internacional.
A crise por que passa o Brasil não é mera incompetência administrativa, faz parte de um plano adredemente preparado pela cúpula petista, com o escopo de instalar o caos generalizado no país, seja no campo econômico, político e administrativo, ensejando pânico e desconfiança no seio da sociedade, para lá adiante se apresentarem como os salvadores da pátria, atribuindo a culpa “strito sensu” às “zelites”, aos empresários e aos industriais, por estar agindo de má-fé para com a classe menos favorecida, deixando transparecer em seus falaciosos discursos a conspiração silenciosa que essas elites fazem contra o governo e o repúdio que nutrem pelos trabalhadores em geral, e que a perseguição política aos membros do partido tem sido uma constante, conforme asseverou recentemente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se diz vítima dessa trama, logicamente referindo-se ao inquérito investigativo contra ele instaurado pelo MPF, visando apurar tráfico de influência.
Destruir a classe média, a indústria e os demais setores produtivos da sociedade, tem sido o norte, por eles perseguidos e, nesse particular, atuam com grande sapiência e extrema maestria, vez que foram treinados para esse propósito. Foi assim na China, Rússia, Coréia do Norte, Cuba e outras nações que primam pela ideologia marxista, ultrapassada e indesejada pela esmagadora maioria das nações mundo afora.
Durante os doze anos do governo, aparelharam toda a máquina pública em benefício do partido, para que nada, absolutamente nada, venha a interferir no seu plano de poder e de perpetuação, rumo à implantação do comunismo no Brasil.
Com esse partido comandando os destinos da nação, embora eleito pelo voto popular, nada mais nos restará senão voltar ao passado não muito distante e nos curvar a um novo tipo de escravidão, destarte, estatal, para servir aos senhores do poder.
Atualmente nada se pode fazer para mudar ou sequer minimizar o quadro caótico que se instalou no país, enquanto perdurar essa filosofia de governo. A única saída para o Brasil crescer de forma sustentável, como soia acontecer em tempos idos é, simplesmente tirando o PT do poder, quer seja pelas vias do “impeachment”, pouco provável diante do comprometimento político com o poder executivo ou pela intervenção militar e, na oportunidade repatriar os bilhões de dólares enviados para exterior, assim como rever as aposentadorias milionárias concedidas aos pseudos presos políticos que sangram mensalmente os cofres públicos, em detrimento dos trabalhadores brasileiros.
O Brasil não aguenta mais! Expurga-se o PT do poder agora ou nunca mais!






EXTRAÍDADEAVERDADESUFOCADA

“O sorriso do ex-mãos de tesoura”

 Carlos Brickmann
Lembrando uma ótima piada, o especialista explicava que a hiena comia mal, dormia mal, mantinha relações sexuais uma vez por ano. Um espectador perguntou: “De que ri o animalzinho?” Joaquim Levy achava essencial cortar quase R$ 70 bilhões de despesas (mas o governo não cortou nenhum dos 113.540 funcionários sem concurso, nem dos 200 mil terceirizados; o Congresso criou despesas novas para a Previdência; o Judiciário tenta um aumentão); e acreditava que o Tesouro deveria gerar superávit primário de 1,1% do PIB, para evitar que a dívida pública subisse mais (obteve 0,15%, e olhe lá, se tudo der certo). Mas Joaquim Levy continua no cargo, sempre sorridente. Estar ministro deve ser ótimo.
Joaquim Levy, o implacável Mãos de Tesoura, não era tão implacável assim. A meta de superávit, que ele fixara em R$ 66,7 bilhões (com precisão de algarismos depois da vírgula), ficou em R$ 8,5 bilhões. Pode virar déficit. Merreca. Nada comparável a ter Excelência antes do nome e carro com chapa de bronze.
Na verdade, a farra de gastos começou antes de Dilma, de Lula, antes até de Fernando Henrique. Como demonstraram os professores Samuel Pessoa, Marcos Lisboa e Mansueto Almeida, a despesa pública no Brasil sobe mais do que a receita desde 1991. Não foi Joaquim Levy que elevou as despesas. Mas, com o risco de perda do grau de investimento (que joga o dólar para cima e faz com que os juros pagos pelo Brasil no Exterior se multipliquem), caberia a ele a tarefa de começar a botar ordem na casa. E não é que parecia o homem certo para isso?
Nova pergunta
Talvez a questão inicial seja errada. Talvez se deva perguntar de quem ele ri.

O poço sem fundo

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, certamente tem muitos defeitos. Mas burro não é; e tem fama de estudar os assuntos antes de falar sobre eles. Cunha faz oposição ao governo, mas não se arriscaria a uma bobagem que em pouco tempo se tornaria óbvia. Diz que não vai haver superávit, não: haverá déficit.

Déficit leva o país a perder o grau de investimento – a fama de bom pagador.

O fundo do poço

Mas o caro leitor deve tranquilizar-se: segundo o ministro Joaquim Levy, a situação “parou de piorar”. Na opinião de Sua Excelência, portanto, já chegamos ao fundo do poço. 

Agora é torcer para que o governo não jogue terra em cima.

Mas a festa continua

Todos concordam: é preciso conter despesas oficiais, certo? 

1 - O Senado aprovou a criação de 200 novos municípios. Mais prefeitos, vereadores, assessores. No total, calcula-se algo como 15 mil gulosas boquinhas.

2 - A Câmara Federal reservou R$ 789.800,00 para alugar carros que servirão aos deputados neste segundo semestre. Motoristas e combustível à parte.

3 - A Assembleia Legislativa de São Paulo abriu licitação para comprar 56 carros, que servirão a Suas Excelências. Os carros serão obrigatoriamente sedãs, com transmissão automática e ar condicionado, quatro portas, motor de no mínimo l.800 cm³ e 140 cavalos. E custarão pouco menos de R$ 5 milhões de dinheiro público. A abertura dos envelopes da licitação está prevista para amanhã. 

4 - Twitter do senador Roberto Requião, do PMDB paranaense: “Departamento jurídico de Itaipu contratou filho de Cedraz para defender a usina na questão de ser ou não fiscalizada pelo TCU. PQP!” Refere-se ao advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU, Aroldo Cedraz. 

5 - Mas, em 2 de junho, o psicólogo e ex-deputado Maurício Requião, irmão do senador Requião, foi nomeado por Dilma para o Conselho de Itaipu. São R$ 20.800,00 por mês para participar de seis reuniões por ano.

6 - Ao lado de Maurício Requião, está no Conselho de Itaipu o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. Foi nomeado em 2003 pelo presidente Lula, e de lá para cá recebeu sucessivos mandatos. O atual termina em maio de 2016. Desde 2010 Vaccari enfrenta processo por acusações de desvio de recursos da Bancoop, cooperativa habitacional dos bancários, que presidiu. De acordo com o Ministério Público, responde por estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Mesmo assim, foi reconduzido em 2012. 
Neste momento, por motivos de força maior, não pode comparecer às reuniões.

Tudo tem motivo

É por essas e por outras que a popularidade de Dilma, que já está abaixo da inflação, caminha rapidamente na direção de ficar menor que o pibinho de 2015.

Onde há crescimento

Um grande jornal impresso noticiou discretamente o crescimento do número de meses contido em cada ano (deve ser algum viés contra o governo, este de não dar destaque à expansão em algum setor). Diz a reportagem, sobre a compra do jornal britânico Financial Times para o grupo japonês Nikkei, que a transação ainda tem de passar pelo cumprimento das formalidades legais. O negócio será concluído, segundo a notícia, apenas “no quarto quadrimestre de 2015″. 
Como nunca dantes neste país, já em 2015 haverá pelo menos quatro quadrimestres, ou 16 meses. Os funcionários do jornal deveriam receber 16 salários.






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"Ruínas de um devaneio",

 por Vinícius Mota  Folha de São Paulo

A Petrobras jogou no lixo R$ 2,8 bilhões que gastara apenas nos passos iniciais, como terraplenagem e projetos, de duas refinarias, no Ceará e no Maranhão. Esse é um pedaço pequeno, embora visível, da dilapidação de crédito e capital praticada nos anos loucos do desenvolvimentismo de Lula e Dilma.
As cifras se multiplicam, pois a recidiva do dirigismo estatal, embora tributária de ideias velhas como o diabo, financiou-se graças ao arranque dos países exportadores de produtos básicos, numa escala inédita na história. Nunca antes neste país um governo teve tanto recurso para brincar de divindade na economia.
Que brote a indústria nacional do petróleo, que ressurja o parque naval, que venham todas as montadoras de veículos do planeta produzir aqui, que se crie o maior frigorífico do mundo. Pilhas de capitais e dívidas foram se acumulando onde o governo tocava com sua varinha mágica.
Agora, os imensos projetos da Petrobras abandonados no Nordeste, as cidades-fantasma dos estaleiros que empregavam milhares de pessoas, as linhas de montagem de carros ociosas e as obras públicas inconclusas transformaram-se nas ruínas daquele devaneio de poder.
Os investimentos arruinados não vão gerar as receitas que ajudariam a saldar as dívidas contratadas para financiá-los. A conta será dividida, por vários caminhos, entre os 200 milhões de brasileiros e será paga à custa da renda e do emprego.
Ruínas podem servir de alerta contra a repetição dos equívocos que as produziram. Daqui a alguns anos, se algum governante em transe de potência puser-se a definir os eleitos para receber investimentos, o trauma do último experimento estará vivo para impedir a reincidência?
É preciso inscrever logo nas instituições o que o tempo tende a apagar dos escombros desse desastre. Governo demiurgo nunca mais.
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"Brasil, olho na Venezuela",

 por Clóvis Rossi Folha de São Paulo

Se o governo brasileiro quer, de fato, ajudar a atenuar o fogo da crise na Venezuela, precisa levar às últimas consequências trecho do comunicado conjunto dos presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff.
Diz o texto: "Os presidentes reconheceram os esforços do Brasil e da Unasul (União de Nações Sulamericanas) para a promoção do diálogo político na Venezuela e para a realização de eleições legislativas com credibilidade, transparência e monitoramento internacional, em dezembro".
A chave no quesito "monitoramento internacional" é chamar a OEA (Organização dos Estados Americanos) para participar do monitoramento.
O antecedente mais próximo, a eleição presidencial de 2013, indica claramente essa necessidade, se o objetivo é estimular uma eleição com credibilidade.
Em 2013, a Unasul, na qual os bolivarianos têm uma estridência que acovarda os demais, reconheceu imediata e incondicionalmente os resultados proclamados pelas autoridades eleitorais e que davam a vitória a Nicolás Maduro.
Já a OEA recomendou que fossem ouvidos os pedidos para uma auditoria e recontagem dos votos, conforme solicitava a oposição.
Agora, já está praticamente estabelecido que a Unasul fará de novo o acompanhamento, mas o novo secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, quer entrar no jogo também.
Almagro considera "fundamental" a participação da instituição panamericana, "importante para a Venezuela e importante para o hemisfério".
Até a União Europeia se dispõe a "contribuir com eleições inclusivas, críveis e transparentes", no que estão automaticamente de acordo com a posição comum de Obama e Dilma.
É claro que esse desejo de colaboração, tanto da OEA como da UE, traz embutida a desconfiança na lisura com que as autoridades venezuelanas conduzirão a eleição parlamentar já convocada para 6 de dezembro.
Desconfiança fácil de explicar: com uma tremenda crise econômica em evolução e níveis de violência que são recorde mundial, o natural é que o governo perca a eleição. Em sendo assim, é previsível que, com sua índole inequivocamente autoritária, o governo faça o diabo para não perder (já está fazendo, aliás).
O ambiente em que transcorrerá o pleito e a campanha eleitoral é assim descrito, com precisão, por Luís Vicente León, diretor de Datanálisis, o mais respeitado instituto venezuelano de pesquisas: "Se engana quem acredita que esta será uma batalha fácil para qualquer uma das partes".
Por isso mesmo, o monitoramento das eleições não pode se limitar ao dia do voto. Terá que ser feito ao longo da campanha, para assegurar que o pleito seja de fato justo e livre, as duas palavrinhas com que a comunidade internacional confere um selo de qualidade à eleições mundo afora.
Só assim a oposição reconhecerá a vitória do governo, se houver, e o governo será obrigado a conquistá-la limpa e honestamente, sem as suspeições que até hoje sobrevoam o pleito de 2013.
De quebra, o bom encaminhamento da votação na Venezuela servirá de teste para a reaproximação Brasil/EUA.
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"Ilusões",

por Valdo Cruz Folha de São Paulo
O PT comemorou a redução da meta fiscal para quase zero neste ano. Nada mais equivocado. Deveria, em vez de celebrar, sentar no primeiro meio-fio e chorar.
Afinal, ao reduzir drasticamente sua economia para pagar a dívida pública, o chamado superavit primário, o governo jogou por terra seu plano de voo original: 
dois anos de ajuste fiscal e dois de crescimento.
A ideia era dedicar a primeira metade do segundo mandato a arrumar a casa. Feito o trabalho de consertar os erros cometidos por Dilma 1, os dois últimos anos seriam de colher os frutos e voltar a crescer.
Agora, o período de ajuste das contas públicas não vai durar dois, mas pelo menos três e, talvez, até quatro anos. De outro lado, não se fala mais em recessão apenas neste ano, mas também no próximo. O crescimento, fraco, só voltaria na segunda metade de Dilma 2.
De imediato, a guinada na política fiscal gera um cenário preocupante para a petista. Se era esperado para agosto um agravamento da crise política, agora a da economia pode piorar até um pouco antes.
O dólar disparou, a Bolsa despencou, os juros podem subir mais e o país está à beira de perder o selo de bom pagador das agências de classificação de risco. Uma mistura que, se não for revertida, é explosiva.
Claro que o mundo não acabou. Dilma, porém, tem de conter a crise política para melhorar o cenário econômico. Uma coisa puxa a outra, para o bem e para o mal.
Tudo somado, talvez seja educativo recordar de 2013. Lá, a popularidade presidencial também despencou na sequência dos protestos de rua. Recuperou-se graças a um desemprego baixo, economia em crescimento e dinheiro em caixa para bancar programas populares.
Hoje, com a imagem mais desgastada, Dilma não dispõe de tal arsenal, liquidado pelos erros cometidos no seu primeiro mandato. Enquanto isso, o PT segue na ilusão de que o Estado tudo pode. Socorro.
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"Educadora?",

 por Aécio Neves Folha de São Paulo

São muitos os problemas da educação brasileira. Falta de planejamento, inadequação da grade curricular, pouca valorização dos professores, investimento baixo em pesquisa e outros desafios se acumulam há anos, sem solução.
Essa precariedade generalizada é fruto da mesma fonte: a incapacidade do país de tratar a educação como política de Estado prioritária.
Nada mais falacioso do que o slogan "Pátria Educadora", anunciado com júbilo pela presidente Dilma como âncora de seu segundo mandato, e solenemente ignorado em sua gestão. Programas como Fies, Pronatec e Ciência sem Fronteiras sofreram uma degola radical. O Ministério da Educação foi dos mais atingidos no arrocho fiscal em curso.
É nesse contexto de fragilidade que o país assiste, com assombro, ao desmonte das universidades públicas brasileiras. Trata-se de uma das piores crises vividas pelo setor em toda a sua história.
Neste ano, a verba repassada para as universidades federais foi reduzida em 30%, provocando adiamento de obras, paralisação de cursos e atraso no pagamento de bolsas.
Grandes universidades como a UFMG, UFRJ ou a UNB, entre outras, enfrentam graves dificuldades. Milhares de alunos são prejudicados, mas não apenas eles. O colapso do sistema universitário atinge também o cidadão ao afetar o atendimento em hospitais universitários, os serviços de atenção jurídica e uma série de programas voltados para a sociedade.
É também muito grave a situação de órgãos capazes de impactar a modernização de nossa economia. Instituições de importância estratégica como o CNPq e a Capes nunca estiveram tão abandonadas.
Denúncias revelam que a Capes cortou 75% da verba de custeio para apoio à pós-graduação. É como desligar a tomada que nos dá acesso a setores de ponta do conhecimento. Menos pesquisa, menos inovação, menor competitividade.
A educação deficiente está na raiz de nossa baixa produtividade. Não há como competir no mercado global a bordo dos nossos indicadores.
O momento exige responsabilidade e compromisso. Não há milagre capaz de reverter a presente situação. Bons resultados na Educação não surgem da noite para o dia, dependem de políticas públicas consistentes e de longo prazo.
Mas é possível, em curto prazo, fazer mais do que promover cortes orçamentários destinados a encobrir rombos fiscais provenientes de má gestão.
Ao escolher um slogan que contraria na realidade, o governo dá mais uma demonstração da opção pelo marketing.
Ao golpear a universidade brasileira, a "Pátria Educadora" atinge o sonho de milhares de jovens que enxergam na formação superior uma fonte de qualificação e de ascensão social. Não é justo que façamos isso com aqueles que irão responder pelo futuro do país.
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""As habilidades de Dilma",

editorial do Estadão
É preciso acabar de uma vez por todas com a lenda segundo a qual a presidente Dilma Rousseff enfrenta imensas dificuldades políticas porque não é afeita ao varejo das negociações com o Congresso e porque ela tampouco se anima a se expor aos eleitores em busca de popularidade. O desastre de sua presidência não resulta dessas características, e sim de sua incontestável incapacidade de diagnosticar os problemas do País e de ministrar-lhes os remédios adequados. A esta altura, a maioria absoluta dos brasileiros, de todas as classes sociais, já se deu conta de que o problema de Dilma não é sua reclusão ou sua ojeriza aos políticos, mas simplesmente sua incompetência. Prometeram-lhes uma “gerentona” e lhes entregaram uma estagiária.
Portanto, tende a ser inútil a mais nova ofensiva de comunicação planejada pela assessoria da presidente com o objetivo de reverter o mau humor do País em relação ao governo petista. Inútil porque, enquanto se tenta mostrar uma Dilma mais “humana”, que é o que pretendem os marqueteiros do Planalto, conforme revelado em recente reportagem do Estado, os problemas concretos que resultam de sua má gestão continuarão a assombrar os brasileiros na vida real, especialmente o desemprego, a queda da renda e a inflação.
A mudança na comunicação de Dilma é tratada como questão de urgência urgentíssima, pois a pressão sobre a presidente é intensa. Estão programadas para o dia 16 de agosto manifestações que, a julgar pela pronunciada queda de popularidade da presidente, devem ter grande afluência e visibilidade. Além disso, crescem as suspeitas de que as falcatruas constatadas pela Operação Lava Jato podem ter ajudado a irrigar as campanhas eleitorais petistas, inclusive a de Dilma. E há também a percepção de que a irresponsabilidade fiscal da presidente ao longo de seu primeiro mandato, maquiada por truques contábeis, pode resultar em um processo que comprometa de vez o seu mandato. Tudo isso se dá em meio à certeza de que sua base no Congresso é apenas nominal, não representando nenhuma garantia de sustentação, especialmente em meio ao azedume da opinião pública nacional com o espantoso escândalo de corrupção na Petrobrás e com o desastre na economia.
Anuncia-se que o novo arsenal de comunicação de Dilma incluirá a participação da presidente em programas populares de TV e também a criação de um site chamado Dialoga Brasil, em que ministros responderão a dúvidas, sugestões e críticas dos internautas sobre programas do governo. Além disso, Dilma pretende fazer um giro por cidades do Nordeste com a difícil missão de tentar demonstrar que ainda tem popularidade – ela teve expressiva votação na região na eleição de 2014, mas mesmo lá, segundo as últimas pesquisas, a desaprovação a seu governo disparou.
As recentes tentativas de Dilma para melhorar sua imagem foram feitas a partir de iniciativas pessoais, com resultados embaraçosos – ela chegou a saudar a mandioca e a elogiar a “mulher sapiens” em um discurso. Além disso, ao dizer que defenderia seu mandato “com unhas e dentes”, Dilma trouxe o tema do impeachment definitivamente para a pauta política. Até os áulicos da presidente consideraram essas manifestações desastrosas.
Agora, porém, a mobilização do Planalto parece se dar de acordo com as diretrizes de seu padrinho, o ex-presidente Lula, que várias vezes cobrou de Dilma que viajasse mais pelo País e encostasse “a cabeça no ombro do povo” para ouvir suas queixas. Lula também pretende viajar pelo Nordeste e convencer os movimentos sociais a se mobilizar na defesa de sua afilhada. A estratégia para “vender” um governo ativo, com uma “agenda positiva”, foi combinada por Lula com Dilma em um encontro no Alvorada na semana passada, segundo o jornal O Globo.
Dilma, Lula e os petistas agarram-se assim à crença de que basta melhorar a comunicação com os eleitores para que esse combalido governo comece a respirar e a dar a volta por cima. De fato, a atividade política é baseada em imagem, marketing e slogans, mas, como mostram as agruras de Dilma, só isso não é suficiente: se a embalagem do produto vendido estiver vazia, o consumidor se sentirá enganado e não tornará a comprá-lo.
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Protesto do dia 16 já assusta o governo

Bernardo Mello Franco Folha

Um espectro ronda o governo: o espectro do 16 de agosto. A data foi escolhida para as novas manifestações contra a presidente Dilma Rousseff. Se os protestos lotarem as ruas, o Planalto teme que a Câmara se sinta pressionada a abrir um processo de impeachment.
Preocupado, o PT começou a organizar uma série de manifestações pró-governo, com foco em São Paulo. “Temos que criar uma base de apoio na sociedade, já que o Parlamento tem sido um lugar de dificuldades”, diz o presidente Rui Falcão.
O calendário prevê cinco atos nas próximas semanas e foi batizado de “Agosto pela democracia”. Como o nome indica, a ordem é carimbar como antidemocrática e golpista a defesa do afastamento da presidente antes do fim do mandato, em 2018.
A primeira mobilização será no dia 6, na capital paulista. Coincidirá com o programa do partido na TV. No dia 11, os petistas farão novo ato na cidade, no largo São Francisco, onde se comemora nesta data a fundação da Faculdade de Direito. No mesmo dia, chega a Brasília a Marcha das Margaridas, com milhares de trabalhadoras rurais.
MAIS DUAS PRÓ-DILMA
Depois dos protestos contra Dilma, estão previstas mais duas manifestações pró-governo. Uma no dia 20, com o apoio do MST e dos sem-teto, e outra no dia 24, aniversário do suicídio de Getúlio Vargas. A ideia é apresentar 2015 como uma reedição de 1954, comparando a Lava Jato à República do Galeão.
Os petistas argumentam que seria um erro ficar em casa enquanto a oposição sai para pedir a derrubada do governo. A tese esbarra em dois problemas. Primeiro: a popularidade de Dilma continua no volume morto. Segundo: é mais fácil mobilizar os insatisfeitos do que encher protestos a favor.
O presidente Rui Falcão já ensaiou o discurso para escapar das comparações numéricas, que deverão ser desfavoráveis para o PT: “Não vamos fazer concurso para ver quem bota mais gente na rua”.







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Juiz Sérgio Moro mostra que não faltam leis a este país

Francisco Vieira 
 Agora, está provado que não faltam leis a este país. As leis existiam e estavam lá, escritas e dormindo há anos, esperando aparecer um magistrado ético, descomprometido com o “Partido” e que tivesse a coragem de usá-la. Mas nesta colônia administrada por bandoleiros, todos os governantes (ou, pelo menos, a maioria deles) têm preocupação com o constrangimento de bandidos, com o uso de algemas, com a falta de progressão de pena, com a extinção da pena alternativa, com a ausência de prisão domiciliar etc., simplesmente porque têm medo de que, algum dia, também venham a sofrer constrangimento ao serem apanhados roubando o dinheiro dos nossos impostos.
Como todo membro de quadrilha organizada, cada ladrão sabe que é obrigação do bandido solto contribuir, de alguma forma, com a defesa dos direitos do bandido preso, conforme prega o artigo 7º do Estatuto do Primeiro Comando da Capital, publicado na Folha de São Paulo:
“Art. 7º. Aquele que estiver em liberdade, “bem estruturado”, mas se esquecer de contribuir com os irmãos que estão na cadeia, serão condenados à morte sem perdão.”
Por isso, a deleção premiada é tão combatida pelas pessoas do nível moral do Fernandinho Beira-Mar e do Marcola.




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Agosto vem aí

Carlos Chagas 
 O Senado, em Roma, decidiu dar nome aos doze meses em que o ano foi dividido. Para homenagear Julio César e Otávio Augusto, o sétimo e o oitavo mês são até hoje julho e agosto. O problema é que, naqueles idos, os bajuladores pareciam os mesmos de agora. Como o imperador era Tibério, ofereceram-lhe tornar-se patrono de um dos outros meses. Modesto, ele recusou maliciosamente: “O que fareis quando Roma chegar a ter treze imperadores?”
O episódio se conta às vésperas da chegada de agosto, para nós um mês azarado e pleno de surpresas. Getúlio Vargas suicidou-se, Jânio Quadros renunciou, Costa e Silva adoeceu. Dilma pretende recuperar-se, mas pode ser surpreendida por outra tragédia. No Congresso, cresce a tendência da rejeição de suas contas do ano passado, em especial se for essa a decisão do Tribunal de Contas da União. Nossa imperatriz estaria incursa em crime de responsabilidade e sujeita ao impeachment. Michel Temer assumiria, ainda que na dependência do Tribunal Superior Eleitoral, que se considerar ter havido dinheiro podre na campanha presidencial do PT, no ano passado, atingirá também o vice-presidente.
Como estamos na primeira metade do mandato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, chefiaria provisoriamente o Executivo, dispondo de noventa dias para convocar eleições diretas. Isso caso o TSE e o Supremo Tribunal Federal não se inclinassem pela singular tese de convocar Aécio Neves, como segundo colocado nas eleições de 2014.
Em suma, abre-se a perspectiva de um agosto à altura dos anteriores referidos, em matéria de confusão.
SEM PERDER OUTRA OPORTUNIDADE
Fernando Henrique não perde oportunidade de aparecer. Entrado nos oitenta anos, em vez de recolher-se para redigir suas memórias, continua dando palpite em tudo. Acaba de repetir não querer conversa com Dilma e Lula. Logo que publicada a versão deles desejarem encontrar-se com o antecessor para exame da crise atual, o sociólogo declarou ter nome e número no catálogo telefônico, não precisando de intermediários para acertar uma reunião. Quer dizer, aceitaria conversar. Como sua disposição pegou mal no ninho tucano, avançou para dizer que nada tem a ver com o governo e prefere saltar de banda. Agora, enfatiza de novo a recusa. Deveria ter presente que em política nenhum risco acompanha o silêncio.




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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Banco Central e Fazenda não sabiam das remessas da Odebrecht?

Pedro do Coutto
É a pergunta que complementa as denúncias reveladas pelo Ministério Público Federal focalizando as remessas de dinheiro feitas para o exterior nas contas, pois agora se sabe dos recebedores de propinas por sua participação em contratos da Petrobrás com as empreiteiras, principalmente a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Na tarde de sexta-feira, em entrevista coletiva transmitida ao vivo pela GloboNews, o procurador Deltan Dallaignon revelou minuciosamente as conexões existentes entre a Odebrecht, especialmente, e os personagens do propinoduto cujas ações causaram prejuízo de 6 bilhões de reais à economia da empresa estatal. A matéria foi, inclusive objeto de detalhada reportagem de Germano Oliveira, Thais Skodowski, Cleide Carvalho e Sílvia Amorim, edição de O Globo de sábado.
Ora, se o Ministério Público Federal conseguiu levantar eficientemente os depósitos feitos em bancos suíços vinculados a um esquema de corrupção, como o Banco Central e o Ministério da Fazenda não perceberam o que estava se passando?
Os destinatários das remessas ilegais das divisas creditavam suas importâncias em bancos suíços através de empresas criadas em seu nome no exterior. Depois repassavam participações a políticos do PT, PP e PMDB. Tal conduta prolongou-se de 2006 a 2014, tempo suficiente para que a engrenagem pelo menos fosse investigada por parte daqueles que possuem a obrigação de apurar tais procedimentos. Eles começavam com suborno, prosseguiam por intermédio de depósitos nas contas de Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Renato Duque. Num terceiro estágio então chegavam aos setores partidários envolvidos.
POR QUE NÃO INFORMARAM?        
Porque motivo o BC e o Comitê de Administração Financeira do Ministério da Fazenda, para exigir o mínimo, não informaram ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma Rousseff o que estava se passando. Não era nada difícil pois são órgãos especializados nas operações relativas ao sistema financeiro do país. Se agora a Procuradoria Geral da República foi capaz de rastrear tal circuito de contas no exterior, principalmente na Suíça, custa-se crer que tal capacidade não pudesse ser exercida exatamente pelos setores especializados do governo que possuem especialização técnica e capacidade operacional para agir. Afinal de contas, a evasão de divisas sem inclusão legal constitui um crime contra a ordem pública do país.
As denúncias apresentadas pelo procurador Deltan Dallaignon encontram-se comprovadas pelos depósitos financeiros que ele apresentou com grande objetividade e firmeza. Logo, houve omissão do Banco Central e da Fazenda quanto a uma tarefa que lhes cabia executar. Não quero dizer com isso que seus integrantes no período tenham participado da corrupção colocada em prática. Mas sim que foram tecnicamente omissos, uma vez que conhecimento técnico não lhes falta para identificar os descaminhos do dinheiro.
E OS DÓLARES
Não sendo emissor de dólares, o Brasil teria que adquiri-los em alguma fonte para remeter os depósitos para os envolvidos no esquema em moeda americana. É evidente que a Odebrecht sabia muito bem o que estava acontecendo e só poderia pagar as propinas que pagou se tivesse obtido elevação nos preços dos contratos firmados com a Petrobrás. A mesma lógica se aplica à Andrade Gutierrez, à UTC de Ricardo Pessoa e as demais empreiteiras envolvidas na teia dos negócios de petróleo.
Também uma outra evidência: o volume movimentado no esquema, segundo a denúncia do MPF, superou um bilhão de reais. Foram usadas inclusive off-shores que não possuem o nome da Odebrecht mas que têm a propriedade real da empreiteira. Quanto à Andrade Gutierrez as propinas foram pagas através de empresas de fachada.
Como poderiam existir empresas de fachada sem o devido cadastramento no Imposto de Renda. Os especialistas do governo facilmente identificariam a farsa, como comprovam as investigações habituais que realizam quanto as declarações anuais de imposto de renda dos assalariados. Inclusive o número de declarações emitidas por pessoas físicas é infinitamente superior aos das pessoas jurídicas. Assim tornar-se-ia muito mais fácil localizar a existência no exterior e os propósitos de companhias montadas exclusivamente com o propósito de receber e transferir recursos financeiros para contas no exterior. Por que isso não foi feito? – É uma resposta que se torna indispensável neste momento.
FHC RECUSA APROXIMAÇÃO
A situação do governo é tão sensível que o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff propuseram, através de figuras do PT, encontrarem-se com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para tratar de assuntos vinculados à governabilidade do país. Depois da surpresa causada pela iniciativa, como publicaram ontem O Globo e a Folha de São Paulo, FHC recusou-se a manter tal aproximação.
Dessa forma a iniciativa fabricada no Palácio do Planalto surtiu o efeito contrário àquele a que era voltado. Porque se há necessidade de agir no sentido de uma governabilidade, deduz-se logicamente que a estabilidade do governo encontra-se abalada pelos acontecimentos que se agravam a cada dia que passa. O panorama torna-se mais denso e a saída para a crise que se instalou apresenta-se cada vez mais estreita e, portanto, difícil. Já se disse aqui que o acesso a um outro clima político depende das ruas e não de conversas entre quatro paredes. Como na peça famosa de Sartre, o sigilo é comprometedor para os que o alimentam e dele participam. Exatamente o contrário dos efeitos da luz do sol.




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