Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

domingo, 31 de maio de 2015

Quase 100 anos depois, nossa política não mudou nada

Acílio Lara Resende O TEMPO
No momento em que o país passa por inúmeros e gravíssimos problemas, veio-me às mãos, por gentil obséquio do meu amigo Ronaldo Macedo, o livro do escritor mineiro Jorge Azevedo “Eles Deixaram Saudade”. Detive-me num soneto, nele transcrito, do poeta, jornalista e romancista cearense (publicou um só romance) Antônio Sales (1868-1940), amigo de Machado de Assis; ajudou-o a fundar a Academia Brasileira de Letras, mas, por não ser bom orador, se negou a fazer parte dela.
O soneto se refere ao governo de Arthur Bernardes (de 15.11.1922 a 15.11.1926) ou Washington Luís (de 15.11.1926 a 15.11.1930):
“Este país vai todo em polvorosa.
A anarquia por toda parte impera.
A lei sucumbe, inerente e dolorosa.
A tirania, estúpida, prospera.
Da traição medra a planta venenosa,
a semente dos ódios prolifera,
a dilapidação campeia e goza
das vacas gordas a ditosa era…
As eleições são conto do vigário,
couro e cabelo tira-nos o erário,
geme a lavoura, os bancos não têm fundos…
Mas, para consolar-nos desse inferno,
brevemente, a mensagem do governo
dirá que estamos no melhor dos mundos.
O que flagrou o poeta há 90 anos é quase nada diante do que vivemos hoje – o completo abastardamento da política brasileira. Uma calamidade!







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E dizer que 20 mil brasileiros trabalharam de graça para a Fifa…

Jorge Béja 

Dói e dói muito, saber que perto de 20 mil brasileiros prestaram trabalho voluntário para a Fifa, na Copa do Mundo de 2014. Nada receberam. Nada ganharam. Mão-de-obra fácil de ser atraída. Trabalharam para uma entidade que se descobriu corrupta, indigna e que ganhou a maior fortuna de todas as copas. Entidade que aqui estiveram seus dirigentes máximos e que sugou o trabalho físico e intelectual de uma multidão de brasileiros inocentes, além de nos ofender a todos, quando o Jerôme Walker disse que era preciso dar um chute do traseiro do Brasil.
Isso, e muito mais, foi objeto de dois artigos que a Tribuna da Internet publicou em junho do ano passado: “Nem Deus perdoa a exploração de milhares de voluntários a serviço da Fifa e suas subsidiárias” e “Legado da Copa, Legado da Olimpíada: tapeação do povo”. Apenas a Tribuna da Internet publicou os alertas contra a exploração. Ninguém mais publicou ou noticiou a respeito.
Também naquela ocasião (junho de 2014), a TI já se posicionava contra a perda da soberania do Brasil para a Fifa. A Lei Geral da Copa (LGC) criou um estado de exceção nas capitais que sediaram o evento, mudou o Estatuto do Idoso, o Estatuto do Torcedor e muitas outras leis.
É PRECISO INVESTIGAR
Dizem que na escolha do Brasil para sediar a Copa de 2014 não houve propina, corrupção e suborno. Sei não. É preciso investigar. Porque foi escandalosamente vergonhosa e subalterna a LGC que a Fifa impôs ao Brasil. Num dos debates no Supremo, durante a apreciação da constitucionalidade da lei, o ministro Joaquim Barbosa chegou a perguntar a seus pares: “Os senhores sabem o que é o Alzirão?”. A pergunta referia-se à tradicional festa de torcedores na Rua Alzira Brandão, esquina de Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, festa pública e que a Fifa queria proibir ou cobrar para que fosse realizada!!!
REFÉNS DA FIFA
Todos, antes, durante e depois da Copa de 2014, ficamos reféns da Fifa, que teve figuras ligados a ela presos no Hotel Copacabana Palace, depois soltos e deixaram o país. E também não seria a hora de investigar o que está acontecendo com o dinheiro público na preparação dos Jogos Olímpicos. A gastança é enorme. E não haverá legado algum, como registrado e explicado num dos artigos referidos.
As construções estão sendo feitas com dinheiros públicos. Quando os jogos terminarem, as edificações e construções nunca serão legados, isto porque, ninguém é legatário de um bem que a própria pessoa construiu. De um bem que à própria pessoa pertence, ou seja, a coletividade. Apenas uma pergunta, nada mais do que uma pergunta ,que neste mundo sujo se justifica. Se vê agora que a Fifa é corrupta. Se nunca foi, passou a ser. E o COI (Comitê Olímpico Internacional)?







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Sobre almoço grátis -

EDITORIAL O ESTADÃO
Com a credibilidade já comprometida pelas mentiras que sustentou durante a campanha eleitoral, a presidente Dilma Rousseff deveria pensar duas vezes antes de se expor ao ridículo de garantir que não há desentendimento entre os dois principais membros da equipe econômica a respeito das propostas de ajuste fiscal. Em entrevista à imprensa na Cidade do México, a presidente da República garantiu que os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, mantêm uma relação “extremamente estável”, sem divergências.

Seria mais sensato ela admitir o que todo mundo sabe: Levy e Barbosa, pela boa razão de que representam pensamentos econômicos diferentes, o primeiro “ortodoxo” e o segundo “desenvolvimentista”, divergem, sim, a respeito de medidas necessárias ao saneamento das contas públicas. No entanto - e aí a presidente da República estaria afirmando sua autoridade sem ter de mentir -, acima das eventuais divergências entre os dois ministros está a posição do governo claramente definida nas propostas do ajuste e é essa que prevalece. Até porque, ao que tudo indica, a presidente está efetivamente determinada a assumir agora o ônus de medidas impopulares, para recolher, até o fim do mandato, o bônus da retomada do desenvolvimento econômico e da ampliação dos programas sociais. Resta saber se terá competência para tanto.

Provavelmente muito antes de sua reeleição Dilma já sabia que, se permanecesse no Planalto, teria de fazer exatamente o oposto daquilo que o marketing eleitoral petista a obrigava a dizer e conformar-se em adotar medidas duras de saneamento das contas públicas para tirar o País do buraco em que ela própria o metera com a gastança desenfreada no primeiro mandato. E é claro que, até para conferir credibilidade a essa reviravolta, teria de vencer as resistências de seu próprio partido e colocar à frente da equipe econômica alguém com perfil compatível com a tarefa. E Joaquim Levy se tornou ministro da Fazenda.

O PT, como era de esperar, reagiu com grande contrariedade à nomeação de um “liberal” para o comando da equipe econômica e exigiu a presença de um dos seus no Planejamento. E Dilma convocou Nelson Barbosa. Com o passar do tempo, as óbvias divergências entre os dois e o acirramento das discussões em torno da votação do ajuste fiscal no Congresso estimularam alguns petistas, movidos por razões diversas, a levar a público as contradições entre as propostas do governo e as bandeiras partidárias.

Num ambiente político em que predominam os interesses imediatos de um patrimonialismo secular e, marginalmente, o sectarismo ideológico a serviço da utopia, seria demais imaginar que o PT se dispusesse a parar de pensar por um momento em seu projeto de poder para se preocupar com o futuro do País à beira do colapso econômico. O máximo que um pragmatismo irresponsável tem conseguido dos petistas - e eles passaram a impor ao governo - é que, em troca do apoio necessário à aprovação no Congresso do ajuste fiscal, seja tolerado que eles mantenham em público a retórica populista de “defesa dos interesses dos trabalhadores”. É uma contradição, claro, mas certamente a maioria dos petistas confia, com base na experiência de 12 anos no poder, em que a retórica tem maior poder de persuasão do que os fatos. Não é o que, felizmente, indicam as mais recentes pesquisas de opinião.

De qualquer modo, é alentador saber que Dilma Rousseff estaria efetivamente decidida a, numa eventual queda de braço com o PT, bancar a manutenção de Joaquim Levy e sua política de austeridade no comando da equipe econômica, segundo informação do jornal Valor. “Hoje, se ela tiver que decidir entre o Levy e o Nelson, não tenha dúvida, sai o Nelson”, declarou ao jornal fonte autorizada do alto escalão petista. Faz sentido. Afinal, a gravidade da crise de gestão que o governo enfrenta não deixa alternativa senão a adoção, tão rápida quanto possível, de medidas de rigor fiscal que permitam, na melhor das hipóteses no médio prazo, reverter a situação e iniciar a retomada do crescimento econômico. O choque de impopularidade que Dilma tem experimentado nos últimos meses pode tê-la convencido de que ela não tem mais nada a perder, e o Brasil tem tudo a ga








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O e-mail bomba -

 NELSON MOTTA O GLOBO
Por que não escrever um e-mail sincero e educado, pensado e refletido, expressando os seus sentimentos e os motivos para acabar o namoro?


“Nunca é fácil separar, então vamos fazer o seu trabalho sujo. Por que se preocupar dizendo adeus ao seu amor? Quem precisa de dor e quem tem tempo? Por que olhar nos olhos dela ou dele? Ninguém quer lidar com toda a gritaria, choro e apelos emocionais de ‘apenas mais uma chance’”.

É chocante, mas tem gente que acredita e paga por isso: um site da Austrália se oferece para acabar namoros por e-mail, SMS ou telefone, por módicos cinco dólares.

Pensando bem, o e-mail não é uma ideia tão absurda assim. Homens têm muita dificuldade de acabar namoros, têm medo de enfrentar mulheres chorando e gritando, ou tomadas por fúria infernal, e vão empurrando com a barriga, arriscando relações paralelas, e às vezes são eles que acabam levando um pé na bunda. E aí, com o orgulho macho ferido, o otário descobre que aquela é a mulher que quer, e que vai reconquistá-la a qualquer preço, numa receita segura de infelicidade absoluta.

Por que não escrever um e-mail sincero e educado, pensado e refletido, lido e relido, cortado e reescrito, usando a razão para expressar os sentimentos e os motivos que levam àquela decisão? Quanto menor e mais conciso, melhor.

Você tem vários dias para escrever e para pensar antes de mandar, e pode até não mandar. Tem a segurança de ler e reler o que escreveu, de “ouvir” o que você mesmo está dizendo, de poder mudar, de escolher e pesar bem cada palavra para evitar mal-entendidos ou dar margem a dúvidas e ambiguidades que complicam e esticam ainda mais a história.

E, por incrível que pareça, sim, tudo isso pode ser feito com emoção.

A vantagem de expressar por escrito as suas razões tem como contrapartida a responsabilidade de ser cobrado por cada palavra. A pessoa pode ler mil vezes, analisar, entender e sentir o que você diz, e dar o caso por encerrado. Fim de jogo.

Claro, escrever bem ajuda a otimizar o método, o que dá certa vantagem a profissionais da escrita, mas não garante o sucesso: você pode ser acordado no meio da madrugada por telefonemas ameaçadores ou com alguém esmurrando a sua porta e gritando que você é um cafajeste que acaba namoro por e-mail.









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O chefe da polícia pelo telefone manda me avisar... -

JORGE PONTES - É delegado de Polícia Federal e foi diretor da Interpol do Brasil.
valor economico

O Brasil vem assistindo, atônito, ao recrudescimento da violência no Rio de Janeiro, sob a forma de notícias diárias acerca de tiroteios entre traficantes ocorridos em comunidades até então ditas como "pacificadas". As manchetes focam a efervescência dos crimes de rua, e também ataques a faca a turistas, tendo como palco os quatro cantos da cidade.

O que vem sendo noticiado põe em risco a tal "sensação de segurança", duramente conquistada nos últimos oito anos, a partir da implantação do projeto das UPPs, com merecida celebração por parte da mídia e dos contribuintes cariocas, até porque a viabilidade econômica do Rio depende das políticas de segurança pública implementadas para a cidade.

É lamentável perceber que o projeto das UPPs pode estar de fato derretendo aos olhos da população do Rio. Se essa tendência se confirmar, há três pontos nos quais podemos buscar explicações para entendermos o seu declínio e o aumento da criminalidade que vem sendo registrado na nossa cidade.

O primeiro é nodal e muito simples: a conjugação do verbo "avisar" no planejamento operacional da tomada dos territórios. Quem avisa, amigo é, e, na atividade policial não se avisa, em hipótese alguma, sobre qualquer ação repressiva a ser deflagrada contra quem quer que seja. É sabido por todos que, a cada tomada dos morros, o comando da operação alertava com antecedência, de pelo menos uma semana, o dia e a hora da ação policial. Com isso, os criminosos de alta periculosidade, que comandavam o tráfico, tinham todo o tempo do mundo para sair de seus bunkers, levando com eles suas armas pesadas. Decerto, não deixavam o morro para trabalhar no comércio, nem tampouco faziam concurso para o Banco do Brasil ou para a Caixa Econômica.

Foram para outras paragens, levar o terror de suas ações criminosas, como fizeram com o interior fluminense, em cidades que nunca tiveram registros de crimes e agora encontram-se assombradas pela delinquência. Mas foram, igualmente, planejar e arregimentar os meios para a retomada do território perdido nas favelas, como de fato o fazem agora. Esse erro foi fatal e para consertá-lo, só voltando no tempo.

O segundo erro foi o número das UPPs inauguradas no período de oito anos. O Rio é imenso e complexo, e demanda muito trabalho para a sua já assoberbada Polícia Militar. O número de trinta e oito UPPs foi demais para o cobertor da PM. O correto, talvez, fosse um número três vezes menor, cuja ampliação aguardasse sempre a sedimentação das UPPs já implantadas. A atuação maciça da PM nas UPPs abriu inúmeros flancos no restante da cidade. Foram muitas frentes para uma só polícia.

O terceiro ponto, repetido como um mantra pelo delegado federal José Mariano Beltrame, é que a polícia está longe de ser a solução para o problema social enfrentado pelas comunidades, e que a presença da PM nos morros não resolverá as causas do abandono social, que é um dos gatilhos para diversos males, inclusive, a perda de jovens para o tráfico. Para recuperar o território outrora ocupado pelo crime, seria necessária uma ação que embarcasse assistência social de verdade, e que trouxesse a cidadania aos favelados. Só o posto da polícia não resolve, como de fato não resolveu.

As três falhas capitais ora apontadas foram, certamente, frutos da fraqueza política dos tomadores de decisão, em outras palavras, dos governantes.

Na primeira, não quiseram correr o risco de arcar com possíveis danos colaterais, isto é, a chance de perdas de vidas, como se um problema dessa dimensão, gerado por equívocos políticos que já contam cinquenta anos, pudesse ser solucionado sem que bandidos fossem feridos ou mortos. Definitivamente, não seria possível fazer esse omelete sem quebrar os ovos. O que se vê, agora, são vidas sendo ceifadas por aqueles que foram poupados, e quem poupa o lobo acaba sendo o responsável pelo sacrifício das ovelhas.

O segundo erro foi de natureza eleitoreira, isto é, aproveitaram-se de um momento, surfando irresponsavelmente na onda do sucesso das primeiras UPPs. A partir daí, criaram um cronograma de implantação de três dezenas de unidades, com foguetório e larga cobertura de mídia. Essa manobra deu certo, do ponto de vista eleitoral, pois o governo idealizador do projeto se reelegeu duas vezes, colhendo os louros de um programa sobre o qual o tempo ainda não havia operado seu inexorável julgamento.

A terceira falha é fruto da falta de comprometimento político, a longo prazo, com o projeto, o que é bem típico dos nossos políticos. Essa letargia tem cobrado um preço caro à PM, como instituição, e custou profundo e injusto desgaste a José Mariano Beltrame.

As autoridades de segurança pública deste país, tanto federais como estaduais, sabem, há sete longos anos, que teremos os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016 - daqui a pouco mais do que um ano. Tiveram todo esse tempo para agir planejadamente.

Oxalá essa onda de criminalidade seja contida no lapso que nos resta, de forma que consigamos realizar o evento sem ocorrências que ponham em risco turistas e atletas, e, em última análise, a imagem do Brasil.

Mas, ao que tudo indica, corremos o risco de assistirmos um replay da Rio 92, quando as Forças Armadas foram para as ruas do Rio com seus tanques e jogamos a sujeira da criminalidade para debaixo do tapete, literalmente, "para inglês ver".

Nunca é demais lembrar que o sucesso inicial do projeto das UPP´s foi fundamental para, em 2009, o Rio vencer Tóquio, Chicago e Madrid na disputa para sediar os Jogos de 2016. As UPP´s venceram o que mais trazia rejeição ao nome do Rio, seu histórico de insegurança, causado pela alta incidência de crimes de rua e pela presença de armas pesadas nas favelas, incrustadas no coração da cidade.

Passando o evento, tudo voltará ao normal, com os políticos dando as cartas da segurança pública, movidos por interesses eleitorais e pela costumeira falta de comprometimento em fazer o que é certo.







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DE PIKETTY A POL POT, A LUTA CONTRA A DESIGUALDADE

por Roberto Rachewsky.

Piketty é um best seller, não porque as pessoas se interessam por economia, mas porque elas acreditam em algo metafisicamente impossível, que deveríamos ser todos iguais.
Ao criticar a desigualdade, o economista francês transformou seu livro em uma Bíblia para os ressentidos, uma espécie de manual para a superação do que seria o mal nesta era da pós modernidade, a de que somos todos absolutamente diferentes, o que para eles é sinônimo de injustiça.
Não é à toa que tiranos genocidas como Pol Pot se inspiraram nos pensadores e filósofos da França, onde o germe do igualitarismo, do coletivismo fraterno, vem sendo cultivado, ali, há séculos e especialmente no séc XX, como nunca antes havia sido.
Pol Pot foi o grande promotor da justiça segundo os ditames da escola de pensamento francesa, que quer que sejamos todos iguais, mesmo que para isso, tenhamos que ser aniquilados para que nossas diferenças sejam eliminadas.
Ninguém colocou em prática as teses comunistas com maior afinco, do que o líder do Khmer Vermelho, que baniu a propriedade privada, suprimiu a liberdade, expulsou as populações das cidades, matou os mais ricos, depois matou os mais sábios, depois matou os mais inteligentes, depois matou os mais espertos, depois matou os mais saudáveis, até que, finalmente foi tirado do poder.
Tivesse continuado, aniquilaria a população inteira, pois seu objetivo de fazer com que todos fossem iguais, ainda não havia sido alcançado e é certo que jamais seria, porque onde há um ser humano com vida, há um indivíduo, e onde há dois indivíduos, há dois seres humanos com propósitos e habilidades diferentes.





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A GRANDE MENTIRA

por Eguinaldo Hélio de Souza. 

Antes que algum marxista-socialista-comunista reclame que esta exposição está incompleta, gostaria de lembrar que se trata de um artigo, não de um livro ou mesmo um ensaio. Logo, não poderá tratar de todos os pontos minuciosamente e sim da visão geral.
A grande mentira a que me refiro é a mentira histórica que coloca no ringue o capitalismo contra o socialismo, como se estivéssemos falando de coisas com a mesma natureza. Não são. Que você acharia de ver no tatame um lutador de judô sendo desafiado por um cabrito? A disputa entre um rinoceronte e uma abóbora? Seria muito estranho, pois a natureza diferente dos rivais não tornaria a disputa coerente.
Quando falamos de capitalismo, estamos falando de um sistema econômico. Iniciativa privada, acúmulo de capitais, propriedade privada dos meios de produção. O capitalismo tem haver somente em como os homens produzem. Se perguntássemos ao capitalismo algo sobre a natureza do homem, sua origem, seu destino, enfim, sobre as grandes questões filosóficas da humanidade ele diria para procurar uma religião ou sistema filosófico. O capitalismo nada sabe das “leis que regem a história” ou do estado futuro da humanidade. Ele é limitado em suas proposições.
Já as ideias de Marx vão muito além da economia. Claro que essas ideias assumiram diversas correntes e formas, mas desde o seu princípio o marxismo-socialismo-comunismo proclamou seu caráter messiânico. Viera para redimir a humanidade e livrá-la dos inimigos que impediam sua felicidade. Em seu seio se abriga o ateísmo, o evolucionismo, a dialética, o materialismo histórico. Não era uma resposta para a economia, era uma resposta aos enigmas do universo e do homem. Mais do que um sistema econômico, nasceu como uma cosmovisão. Proclamou seu inimigo a burguesia com todos os seus valores e entre eles o cristianismo.
Exagero? Veja o que Marx escreveu com respeito ao comunismo.
O comunismo é a abolição positiva da propriedade privada e por conseguinte da auto-alienação humana e, portanto, a reapropriação real da essência humana pelo e para o homem… É a solução genuína do antagonismo entre homem e natureza e entre homem e homem. Ele é a solução verdadeira da luta entre existência e essência, entre objetivação e auto-afirmação, entre liberdade e necessidade, entre indivíduo e espécie. É a solução do enigma da história e sabe que há de ser esta solução” (Karl Marx, Vida e Pensamento, David MacLellan, Vozes, p. 133).
Seu socialismo “científico” sem dúvida era mais utópico do que os socialismos utópicos que ele combateu.
Foi e é um grande engano histórico e mesmo filosófico contrapor capitalismo e socialismo como se referindo à coisas com natureza semelhante. Capitalismo é economia, socialismo é ideologia, é messianismo, é religião. Como dizia Sun Tzu, não conhecer o inimigo em uma guerra é uma deficiência.
Entretanto a desproporção não termina por aí. Há outra disparidade nesse conflito.
O capitalismo é uma realidade histórica. O socialismo apenas uma realidade teórica. Sei muitos dirão que ele existiu em boa parte do mundo e que ainda subsiste em Cuba e Coréia do Norte. Se você, porém, conversar com seus defensores eles dirão que o que existiu até hoje foi um “capitalismo de Estado”. O socialismo real, puro, como tem que ser e como foi idealizado por Marx ainda não chegou, apenas está a caminho e eles estão lutando por isso.
Em outras palavras, o capitalismo deve ser destruído e substituído por e em nome de um sistema idealizado e não por um sistema concreto. O presente real deve morrer pelas armas de um futuro hipotético. Esse futuro, depois de quase dois séculos de mortes, prisões e torturas em seu nome, ainda não chegou. Apesar de dominar o pensamento acadêmico ele ainda não teve uma existência concreta que alguém pudesse dizer: “Olha aqui o socialismo funcionando”. Mesmo assim temos que acabar com qualquer coisa ligada ao capitalismo, temos de sacrificá-lo no altar de uma teoria que nunca conseguiu provar que funciona. Perigoso.
“O socialismo acabou”. É o que muitos vão dizer. Ele teria sido sepultado sob os escombros do Muro de Berlim. Então por que tantos “Partidos Socialistas”? Então porque os estudantes são bombardeados por marxismo e tantos professores interpretam a história e o mundo segundo a cosmovisão marxista? Por que as razões reais do fracasso socialista não são estudas a fundo e apresentadas à nova geração? Por que o Foro da São Paulo, o “socialismo ou morte” de Chaves (nosso vizinho) e o gramscismo nas escolas? Uma ideologia não morre tão fácil assim, muito menos uma ideologia tão destruidora como essa. Ela fica impregnada na humanidade e embora possa metamorfosear-se sempre que necessário, não se torna por isso mais fraca ou menos perigosa.
Para terminar, temos que pensar no que disse o próprio Marx:
Por causa desta divergência devemos levar as obras teóricas o mais possível a sério. Estamos firmemente convencidos de que não é o esforço prático, mas antes a explicação teórica das ideias comunistas que é o perigo real. Tentativas práticas perigosas, mesmo aquelas em larga escala, podem ser respondidas com canhão. Mas as ideias conseguidas por nossa inteligência, incorporadas ao nosso modo de ver, e forjadas em nossa consciência, são correntes que nós mesmos não podemos romper sem partir nossos corações; elas são demônios que não podemos vencer sem nos submetermos a eles. (David MacLellan, op. Cit.) [Negrito e grifo nossos]







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PROPAGANDA PRA LÁ DE ENGANOSA

por Gilberto Simões Pires
 CONAR?
Às vezes fico me perguntando para que serve o tal de CONAR - Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. Cultivo essa curiosidade porque o CONAR, sociedade civil (não é governamental, portanto), que foi fundado em 1950, tendo como foco principal a ética na publicidade, está falhando muito nesse importante propósito.

VOLUNTÁRIOS
Vale lembrar que o Conar, segundo apurei, é mantido pelas contribuições financeiras das entidades fundadoras e de empresas anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação. Ou seja, não aceita verbas do erário público nem goza de incentivos fiscais. Mais: os membros do Conselho Superior e do Conselho de Ética são voluntários e nenhum deles é servidor público ou exerce cargo eletivo.

FALHA IMPERDOÁVEL
Ora, como se declara totalmente dedicado à autodisciplina, e tem como propósito EVITAR a veiculação de anúncios e campanhas de conteúdo enganoso, ofensivo e abusivo, no meu entender o CONAR não está cumprindo com o seu dever ao não se pronunciar sobre as grossas mentiras propagadas, a todo instante, desde o início do mandato de Lula, persistindo com mais vigor ainda desde a posse deste péssimo governo Dilma-Neocomunista-Petista.
ENTIDADES
Só para esclarecer:
1-as entidades que fundaram o CONAR:
ABAP - Associação Brasileira de Agências de Publicidade,
ABA - Associação Brasileira de Anunciantes,
ANJ - Associação Nacional de Jornais,
ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão,
ANER - Associação Nacional de Editores de Revistas,
CENTRAL DE OUTDOOR; e,
2- as Entidades que aderiram :
ABTA – Associação Brasileira de TV por Assinatura,
FENEEC – Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas e da
IAB BRASIL – Interactive Advertising Bureau (internet)
ISTO É ÉTICO?
A minha indagação, sobre as razões, tanto da existência quanto da real função do CONAR, se tornou ainda mais preocupante depois de ler o livro - O ESTADO NARCISO-, de autoria de Eugênio Bucci, o qual, como bem diz J.R. Guzzo (que faz parte do Conselho Editorial da revista Veja), desmonta o conceito de -COMUNICAÇÃO PÚBLICA e revela que os governos gastam o nosso dinheiro com PROPAGANDA. Pergunto: - Isto é ÉTICO?
OMUNICAÇÃO PÚBLICA
Aliás, quem não quiser ler o livro basta ver a Veja desta semana. Lá está escrito, com toda clareza, que o brasileiro que não for cego ou surdo sabe muito bem que -COMUNICAÇÃO PÚBLICA- são todos esses anúncios que se lê nas páginas de revistas ou jornais, vê em comerciais na tv e ouve no rádio, dizendo que ele vive no país que tem os melhores governantes do mundo.
MÁQUINA DE ELOGIAR GOVERNOS
Como o cidadão não sabe disso, o governo usa a PUBLICIDADE para informá-lo. Só que todas as -mentiras- são pagas pelo próprio cidadão. Essa fantástica MÁQUINA DE ELOGIAR OS GOVERNOS, diz o autor, sustenta não só os 10 mil veículos de comunicação que divulgam a publicidade oficial, mas também as agências de propaganda, empresas de marketing político, produtores de comerciais, consultorias de relações públicas e assessorias de imprensa.
O que mais revolta é que os governos, depois de gastarem fortunas em propaganda, fazem exatamente o contrário de tudo que anunciam na mídia. Não querem informar, mas esconder as informações, conclui Bucci, com total razão. Que tal? Fala aí, CONAR...



Publicado originalmente em www.pontocritico.com




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TAXAÇÃO DAS GRANDES FORTUNAS

percival puggina
Escrevo este artigo em defesa de meus interesses próprios. Não, não me entenda mal. Não tenho fortuna grande, nem média, nem pequena. Minha fortuna é minha família, são meus amigos, meus leitores, minha fé e meus valores imateriais. Mas considero que defendo interesses próprios, como cidadão brasileiro, quando reprovo a taxação das grandes fortunas, como qualquer aumento de impostos, porque essa é uma ideia de jerico. Dela sequer se pode dizer que vem embalada nos ideais do igualitarismo. Não no nosso caso. Não na concepção mau caráter que lhe deu origem.
O ideal do igualitarismo, é bom esclarecer, já produziu desastres em proporções suficientes para que se saiba o que acontece quando deixa de ser ideal e vira prática. No caso brasileiro, porém, a taxação das grandes fortunas não representaria isso. Tampouco significaria um pouco mais do mesmo, ou seja, ampliação da política atual, que confunde donativo com renda e que, por isso, não consegue gerar progresso social. O governo brasileiro não resolve o problema da Educação dos segmentos de baixa renda, não lhes proporciona adequado saneamento básico nem atenção à saúde e não cria condições para que esses recursos humanos se habilitem às atividades produtivas. Todos se tornam, cada vez mais, dependentes do Estado, o que é a segunda pior situação possível.
A taxação das grandes fortunas, no Brasil, seria um caso inédito. Foi pensada agora, num momento de crise fiscal pela qual não precisaríamos estar passando não houvesse, a ganância pelo poder, gerado imperdoável prodigalidade do governo no uso do dinheiro que abusivamente nos toma. Em linguagem simples, sem pedaladas retóricas, a taxação dos mais ricos viria para salvar o Estado da escassez de recursos a que ele mesmo se conduziu. Algo assim só pode parecer razoável a dois tipos de pessoas: os amigos leais do Estado perdulário e os fanáticos do igualitarismo.
Há um erro imenso em atribuir a pobreza dos pobres à riqueza dos ricos, ou vice-versa. Essa é uma ideia desorientadora, que prejudica aqueles a quem pretende ajudar. Os pobres não são pobres por causa dos ricos. Eles são pobres por causa do Estado, são pobres porque não há concentração maior de renda do que a promovida pelo Estado quando fica com quase 40% de tudo que se produz no país! E, apesar dessa monstruosa expropriação, não só rouba e se deixa roubar, mas se omite em relação às políticas e ações que poderiam promover desenvolvimento social nas populações de baixa renda. O Estado não deveria “cuidar das pessoas”, mas deveria, isto sim, proporcionar condições para as pessoas cuidarem bem de si mesmas.
Precisamos das grandes fortunas. Elas viram poupança, investimento, postos de trabalho, consumo (inclusive sofisticado, claro) e tributos. Pegar esse dinheiro e entregá-lo à gestão do Estado é uma operação absolutamente contraprodutiva: tira-o de quem o faz produzir para entregá-lo a quem só sabe gastar.




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‘Dilma perde ou Dilma perde’

 notas de Carlos Brickmann
Por que, excetuando-se os gritos de “Fora, Dilma”, os principais movimentos de oposição se afastaram do impeachment e entregaram à Justiça, mais lenta que a Política, a tarefa de pressionar a presidente por eventuais irregularidades?
Porque, para a oposição, o PMDB e boa parte da base governista, a situação está ótima. Se o governo der certo, os responsáveis serão Joaquim Levy e Michel Temer; se der errado, a responsável será Dilma. Se Levy sair do governo, a culpa será de Dilma. Se ficar, e seu plano não funcionar, terá sido o pessoal de Dilma que atrapalhou. Se o combate à corrupção for bem, os responsáveis terão sido as CPIs, a imprensa e o juiz Moro. Se for mal, a culpa é de Dilma, que sabotou a investigação. Para que afastá-la e colocar Michel Temer no governo, com a responsabilidade de consertar o estrago? É bem melhor se queixar da falta de condições de trabalho, sabendo que a vitória está garantida.

Hoje, o mundo político se divide entre a turma do “não” e o grupo do “não, senhora”. E, se alguém acha que Lula irá ajudá-la, é bom lembrar que José Dirceu, o capitão do time, o competente coordenador de sua chegada ao poder, ficou a pão e água. Lula estimulou Lindbergh Farias a desafiar o PMDB. Lindbergh agora joga contra Dilma e o ajuste econômico. Não é difícil imaginar quem dá fôlego ao velho cara-pintada. Lula está convencido, como De Gaulle, de que uma das maiores virtudes do estadista é a ingratidão. Lula será o primeiro a ajudar Dilma quando ela não precisar de ajuda.
Até lá, como De Gaulle, será virtuoso.
Eles ganham ou ganham
O caro leitor antipetista ficou feliz com essas observações? Não fique: os vitoriosos nesse braço de ferro são Renan Calheiros e Eduardo Cunha. Ambos são políticos hábeis, conhecedores do caminho das pedras. Eduardo Cunha, além disso, é estudioso e muito trabalhador. São belas virtudes, mas ninguém ousaria insultá-los chamando-os de gente do bem. São políticos, ponto.
Acham que o que é bom para eles é bom para todos. E, sendo bom para todos, é tudo deles.
A folia federal
O grupo pró-impeachment, que marchou a pé de São Paulo para Brasília, lidera as manifestações antigoverno, com apoio de prefeitos que se sentem sufocados com a falta de verbas. O PT acusa o PMDB de inflar as despesas públicas numa época em que é preciso conter os gastos; mas o PT tem Lindbergh Farias e Paulo Paim abrindo fogo contra o controle de despesas.
Michel Temer foi escolhido por Dilma para ser seu coordenador político, mas ela não o convida para suas reuniões de coordenação (e não cumpre as promessas de entrega de cargos que ele, com sua autorização, faz em nome do Governo).
E a oposição oficial? Deve se manifestar assim que terminar a temporada de homenagens no Exterior e quando chegar um novo carregamento de trufas brancas da Itália, o que lhe permitirá reunir seus líderes em bons restaurantes e discutir, entre citações e análise de vinhos, qual sua função na atual conjuntura.
PMDB velho de guerra
Não é todo mundo que acredita em divergências entre Renan e Eduardo Cunha. Há quem ache que os dois combinam os papéis: às vezes um é o bonzinho, às vezes é o outro. E, em certas questões, estão totalmente de acordo: não querem, por exemplo, nem ouvir falar de Moreira Franco, apadrinhado por Temer. Lembram que, nos cargos que ocupou, Moreira Franco nunca atendeu à bancada. Cunha vai mais longe: lembra que nenhum secretário de Moreira Franco no Rio conseguiu ser eleito no final do mandato do governador.
Dinheiro não importa
A declaração é de Arthur Chioro, o ministro da Saúde: diz que os cortes no Orçamento não afetam os programas de seu Ministério. Dito isso, pergunta-se:
1 – Se os cortes não afetam os programas, por que havia no Orçamento as verbas extras que acabaram sendo cortadas? Era dinheiro desperdiçado, apenas?
2 - Se o orçamento disponível, mesmo cortado, é suficiente para o Ministério da Saúde, por que a insistência em querer cobrar a CPMF, o imposto do cheque, para financiar a saúde? Se o dinheiro extra é desnecessário, por que o pedem?
Nós pagamos, eles lucram
Uma notável reportagem do respeitado jornalista Leão Serva, na Folha de S.Paulo, revela algo muito estranho: o prefeito Fernando Haddad está lançando uma Parceria Público-Privada, PPP, para reformular toda a iluminação paulistana. O estranho é que a Prefeitura faz o investimento, com verba da Cosip, o imposto que pagamos pela Iluminação Pública, e o parceiro privado fica com os lucros durante uns bons vinte anos.
Parceria assim este colunista também quer.
Acredite se puder
Dilma Rousseff concedeu longa entrevista, no México, ao jornal La Jornada: confundiu as cores da bandeira do México, afirmou que o mojito, tradicional coquetel cubano, é mexicano, confundiu toltecas e astecas, colocou os incas e seu império sul-americano dentro do império asteca da América do Norte, achou curiosíssimo o nome de um quadro, Natureza Morta.







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"Pessimismo no País tem maior nível em 22 anos",

 por José Roberto de Toledo o ESTADO DE SÃO PAULO
Há muito tempo o brasileiro não andava tão sem perspectiva. Não é força de expressão. Pesquisa inédita do Ibope mostra que faz 22 anos que o otimismo não ficava tão por baixo quanto hoje: 48% se dizem pessimistas ou muito pessimistas em relação ao futuro do País, enquanto só 21% se declaram otimistas ou muito otimistas. O resto não está lá nem cá, ou não sabe responder.
O baixo astral não escolhe gênero, cor nem religião. Como uma epidemia, contaminou todos os segmentos sociais e alcançou a parcela majoritária entre homens e mulheres, entre brancos e negros, entre ricos, pobres e remediados, entre jovens e velhos. Só muda de intensidade. Os muito pessimistas chegam a 16% no Sudeste e 17% nas periferias das metrópoles (são 12% na média).
A atual falta de perspectiva é histórica. A última vez que o brasileiro ficou tão pessimista foi antes do Plano Real, na ressaca do governo Fernando Collor, quando a economia ia de mal a pior e não havia sinal de que ela voltaria a melhorar: 22% de otimistas contra 48% de pessimistas, em setembro de 1993. No governo FHC, o pessimismo bateu em 42% em junho de 2000. No governo Lula, não chegou nem perto disso.
A perda do otimismo é um fenômeno recente. No ano da primeira eleição de Dilma, em março de 2010, 73% se diziam otimistas com o futuro. Quatro anos depois, no ano da reeleição da presidente, a fatia dos que olhavam para frente com esperança já tinha diminuído, mas ainda era grande: 49%. Desde então, os otimistas foram reduzidos a menos da metade. Por quê?
Outra pesquisa do Ibope, que mede a confiança do consumidor, dá algumas respostas. No último ano e meio as expectativas se deterioram muito e rapidamente. A desconfiança em relação à economia cresce a cada mês, engrossando o contingente dos que acham que a inflação e o desemprego vão aumentar mais - e, por tabela, que sua situação financeira pessoal vai piorar.
A falta de perspectiva coloca uma lente de aumento sobre problemas reais, fazendo-os parecer ainda maiores do que são. Embora a inflação oficial esteja em cerca de 8% ao ano, para 37% da população ela parece maior do que isso, segundo o Ibope. A percepção é pior para os mais pobres - entre eles, 27% acham que o aumento continuado de preços supera os 12% a cada ano.
O mesmo fenômeno se repete com o desemprego: a percepção é maior do que o número oficial. Embora a taxa nacional de desocupação, segundo o IBGE, esteja em 7,9%, quase metade dos brasileiros (47%) acha que ela é maior do que 9%. E um em cada quatro acredita que o desemprego seja maior do que 12%.
O pessimismo que torna a população ainda mais sensível aos problemas também muda sua percepção sobre a história. Segundo o Ibope, a maior parte dos brasileiros (43%) acha que a inflação atual é maior do que era no governo FHC, contra apenas 23% que pensam o contrário. Embora tenha sido bem mais baixo durante o primeiro mandato do tucano, o IPCA chegou a 12,5% ao fim de 2002, último de FHC na Presidência. Hoje a taxa é de 8,2%.
Segundo a pesquisa, parte dessa conta é da imprensa: 41% acham que ela mostra uma situação econômica mais negativa do que os entrevistados percebem no seu dia a dia. Mas não adianta o governo culpar o mensageiro. Para injetar otimismo, só criando uma perspectiva real de melhora da economia. Contra a crise de pessimismo de 1993, Itamar e FHC lançaram o Plano Real. Dilma e Joaquim Levy estão tentando com o ajuste fiscal. Goste-se ou não, é sua chance de ganharem a batalha das expectativas.
Puxadinho eleitoral. Escrevo antes da votação de todos os itens da reforma política. A eventual cassação do direito do eleitor de votar a cada dois anos seria ainda pior do que o "distritão". Se e quando for possível festejar, será porque o Congresso não piorou um sistema que, de tão ineficiente, é incapaz de aperfeiçoar-se a si mesmo.
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"Brasil, México e os erros de Lula",

editorial do Estadão
As duas maiores economias latino-americanas, Brasil e México, poderão multiplicar seu comércio bilateral, em poucos anos, se os seus governos cumprirem o plano combinado pelos presidentes Dilma Rousseff e Enrique Peña Nieto. A ideia inicial é ampliar de 800 para 6 mil o número de produtos com redução tarifária nas trocas entre os dois países. A negociação de um novo acordo de cooperação deverá ser discutido a partir de julho, segundo se anunciou terça-feira, na capital mexicana, no fim de uma visita de Estado da presidente brasileira. Se der resultado o esforço prometido, haverá, afinal, uma aproximação, há muito necessária, entre uma das economias mais abertas e uma das mais fechadas do continente americano.
As trocas entre os dois países são irrisórias. Em 2014, o Brasil exportou US$ 3,67 bilhões para o México e importou US$ 5,36 bilhões. As trocas bilaterais equivaleram a apenas 1,99% da corrente de comércio do País, isto é, a soma total de exportações e importações brasileiras. Do lado mexicano, o comércio bilateral é ainda mais insignificante.
Em 2014, o México faturou US$ 397,54 bilhões, 4,6% mais que no ano anterior. No Brasil, a receita comercial foi 7% menor que a de 2013, por causa do baixo poder de competição da indústria e da redução de preços dos produtos básicos, principal fonte de receita cambial do País. No México, ao contrário, a receita comercial tem sido sustentada principalmente pelas vendas de manufaturados, de US$ 337,29 bilhões no ano passado.
A integração comercial entre México e Estados Unidos explica boa parte dessa diferença, mas, além disso, a economia mexicana é muito mais aberta que a brasileira e seus vínculos com o exterior continuam a expandir-se. Além de participar do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), com Estados Unidos e Canadá, o México tem acordos comerciais com muitos países importantes e é um dos formadores da Aliança do Pacífico, com Chile, Peru e Colômbia.
Em janeiro, durante a reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, perguntou-se ao presidente mexicano se poderia haver um acordo entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul. Só se o Mercosul se tornasse menos fechado, respondeu Peña Nieto, chamando a atenção para a diferença entre os graus de abertura dos dois grupos de países. No mesmo dia, horas mais tarde, confrontada com uma pergunta semelhante, a presidente Dilma Rousseff exibiu um sorriso esperto e deu uma resposta negativa. Não se abriria facilmente o acesso a um mercado amplo como o brasileiro, explicou.
Foi uma resposta compatível com a diplomacia terceiro-mundista inaugurada em 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A orientação comercial, a partir daí, foi a prioridade à aproximação comercial com economias emergentes e em desenvolvimento. Nenhum acordo de livre-comércio com um mercado desenvolvido foi assinado pelo Mercosul. A negociação com a União Europeia, iniciada nos anos 90, continua sem conclusão.
Além disso, os países do Mercosul ficaram fora dos acordos bilaterais e inter-regionais celebrados em todo o mundo nos últimos anos. Ficaram fora, portanto, das novas cadeias de produção e de formação de valor. Algumas indústrias conseguiram avançar na integração internacional, mas são exceções.
A primeira grande façanha do terceiro-mundismo petista foi a liquidação das negociações da Área de Livre-Comércio das Américas (Alca), em 2003. O presidente Lula e seu colega argentino Néstor Kirchner sempre celebraram esse erro como uma grande façanha. Mas só o Mercosul ficou fora do jogo. Outros países sul e centro-americanos celebraram acordos com os Estados Unidos e com outros mercados importantes. Ao torpedear a Alca, a administração petista renunciou a um maior intercâmbio com os Estados Unidos e também com o México. Não está claro se a presidente Dilma Rousseff entendeu a extensão dessa tolice. Mesmo assim, talvez possa tentar corrigi-la. A aproximação com o México pode ser um avanço importante nessa direção.
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"O resto do ano de mais recessão",

 por Vinicius Torres Freire Folha de São Paulo

Faz quase meio ano, a conversa sobre a política econômica resume-se quase apenas ao dito e maldito ajuste, na verdade quase apenas aos planos de cortes de despesas e aumentos de receita. O que será do resto de 2015?
Em parte, os economistas de Dilma 2 vão remendar o plano de ajuste fiscal, que já nasceu um tanto puído e vai rasgar aqui e ali. De outra parte, terão de inventar uma conversa nova e crível sobre mudanças mais profundas, de balançar as estruturas, pois viver da mão para a boca até 2017, 2018, não vai dar.
O plano para as contas do governo federal nasce um pouco puído porque estima receitas de modo que parece exagerado, um aumento real de uns 5% (receita líquida), e prevê redução de gasto da ordem de 1% (em relação a 2014).
A redução do gasto até abril está quase perto do previsto, grosso modo. A receita cai quase 3%. O pacote de aumento de impostos e recuperação de dinheiros perdidos em desonerações deve pelo menos zerar essas perdas. O resto do aumento de receita é mistério.
Não dá para dizer que o ajuste vai para o buraco, com base nessas contas, imprecisas desde o início porque os números são inevitavelmente vagos, porque não sabemos do crescimento da economia e dos efeitos da inflação na receita de impostos, entre outras muitas mumunhas.
Mas é fácil apostar em uma revisão dos gastos federais, o governo já colocou na prancheta o estudo de aumento de mais impostos e, claro, ao fim e ao cabo pode ajustar o ajuste à base de mais machadadas brutas no investimento.
RECESSÃO DE 2%

Na praça do mercado, começa outra rodada de revisão para baixo do crescimento da economia. Logo, se por mais não fosse, já vai ser preciso refazer as contas da arrecadação.
Na mediana das estimativas recolhidas pelo Banco Central, a recessão anda pela casa de 1,2%. Entre gente que dá bons chutes informados, que tem dados melhores sobre a economia real e é ponderada, a recessão estimada já descera ao patamar de 1,5%. Agora, as previsões começam a se mover na direção de queda de 2% do PIB, um horror.
Até agora, os economistas de Dilma 2 pouco mais puderam fazer do que negociar o pacote de arrocho, em especial no Congresso, e elaborar um plano de concessões de infraestrutura que deve ser importante, mas passa a ser implementado apenas no ano que vem. Devem ter tempo para algo mais, no restante do ano, entre um talho adicional no investimento e uma notícia de outro aumento de imposto.
Joaquim Levy, ministro da Fazenda, assumiu com a promessa ou planos de reforma: racionalizar impostos, tal como o demencial ICMS, dar cabo de mais subsídios, expor a economia a mais concorrência externa, dar alguma mexida no mercado de capitais.
Desde que apresentou esses planos, o ministro não fez muito mais do que contas e passar o chapéu no Congresso. Não explicitou seu plano de reformas. De fora, por enquanto, não se sabe se conversou com a presidente, a sério e em detalhes, a respeito de mudanças mais profundas, sempre um problema em se tratando de Dilma Rousseff.
Mas os economistas de Dilma 2 terão de tirar coelhos dessa cartola, pois o único rumo da economia por ora é o da recessão e o do desânimo, que ainda cresce.
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sábado, 30 de maio de 2015

"A culpa é sempre dos outros",

por Rogério Gentile Folha de São Paulo

Haddad foi eleito prometendo implementar um "projeto revolucionário" em São Paulo. Era a autoconfiança em pessoa. Dizia ter "soluções inovadoras", "não ter tempo a perder", "nem justificativas a dar para tornar este sonho realidade".
Dois anos e meio depois, o "homem novo para um tempo novo" virou o "senhor não é minha culpa". Para cada problema ou meta não cumprida, sempre tem uma desculpa, sempre acha um responsável.
Na segunda (25), por exemplo, a Fundação Abrinq decidiu não dar mais ao petista o selo de "Prefeito Amigo da Criança" pelo fato de que não cumprirá a promessa de construir 243 creches. Qual foi a resposta de Haddad? Que a fundação "não tem legitimidade" para fazer tal crítica "porque nenhum dos seus principais filiados se dispôs a doar uma única creche para a prefeitura".
Era essa, então, a tal solução inovadora de Haddad? O prefeito que assumiu dizendo que iria "equacionar" o problema "das mães e crianças com dificuldade para exercer plenamente sua cidadania" estava, na verdade, contando com a boa vontade alheia?
Outro problema criado pelos outros, segundo a prefeitura, ocorreu na cracolândia. Haddad pretendia remover uma favela, mas a ação transformou a região numa praça de guerra. O petista responsabilizou os usuários da droga, que "romperam o acordo" e não deixaram o local. Era assim, então, fiando-se na palavra dos "noias" (e de traficantes, como se soube depois) que ele iria revolucionar a gestão?
Com desaprovação de 44%, Haddad precisa arregaçar as mangas e parar de achar culpado para tudo (se caiu atendimento nos postos de saúde, o problema é das organizações sociais, que não conseguem contratar médicos; se aumentou o número de mendigos, o motivo é que a gestão anterior era "higienista"). Por ora, o único sonho que Haddad tornou realidade foi o dos carroceiros, que ganharam ciclovias vazias e não têm mais de circular no meio dos carros.
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"Por uma Lava Jato na CBF",

por Bernardo Mello Franco Folha de São Paulo
Depois do 7 a 1 para a Alemanha, o Brasil levou uma nova goleada dos Estados Unidos e da Suíça. Os dois países, que nunca ganharam a Copa do Mundo, merecem uma medalha pela prisão de José Maria Marin. Talvez a encontrem no bolso do cartola, que já foi flagrado surrupiando premiações de jogadores.
A devassa na Fifa precisa ser o pontapé inicial de uma investigação séria dos desmandos no futebol brasileiro. É hora de deflagrar uma Lava Jato da bola, começando pelos negócios suspeitos da CBF e pelas obras bilionárias do Mundial de 2014.
A apuração não pode se restringir à triste figura de Marin, um viúvo da ditadura militar que ressurgiu das cinzas como boleiro. Ele é indissociável do antecessor, Ricardo Teixeira, e do sucessor, Marco Polo Del Nero.
Quando o novo escândalo estourou, a CBF soltou uma nota tentando se desvincular de Marin. Não convenceu nem Dona Lúcia, a velhinha que acreditava no Felipão. Além de batizar a sede da entidade, o cartola preso é seu atual primeiro vice-presidente e substituto imediato de Del Nero. O segundo é Fernando Sarney, filho de quem o sobrenome indica.
Por muitos anos, o discurso de que a CBF é privada foi usado para barrar a investigação de seus dribles na lei. A tese omite que a confederação se mantém intocável graças à proximidade com os políticos. Hoje sua diretoria abriga dois deputados, Marcelo Aro (PHS-MG) e Vicente Cândido (PT-SP), que tentam derrubar as medidas saneadoras da MP do Futebol.
O senador Romário (PSB-RJ) quer criar uma CPI sobre o novo escândalo. A ideia é oportuna, mas não deve substituir outras ações na esfera judicial. Como mostrou o FBI em Zurique, as coisas só vão mudar se a Polícia Federal e o Ministério Público também entrarem no jogo.
*
A manobra para ressuscitar as doações privadas lembrou quem realmente manda na Câmara: as empresas que financiam as campanhas.
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Aproximação com a China é mais um ato de submissão

Martim Berto Fuchs

Servimos como colônia aos portugueses até nossa independência política, 1822. Após isso, fomos vendidos pelos portugueses aos ingleses e começou nossa dependência financeira. Em parte pela Doutrina Monroe, mas principalmente pela decadência do Império Britânico, passamos nossa condição de colônia aos EUA, aceitando pacificamente esta nova situação, não obstante nossos dois países – Brasil e EUA – terem praticamente a mesma idade.
EUA em crise, já descendo a ladeira, nossa Corte iniciou há alguns anos, de quatro, a aproximação com a China. Colônia está sempre de quatro, é a sua posição preferida.Pois bem, nossa Corte, hoje comandada pelos sindicalistas pelegos – último grupo a dela participar, tendo como expoentes a dupla Lula/Dilma, comemora efusivamente, com “caviar” e “champagne”, o novo patrono, a China (leia-se, o novo patrão).
Para a China, que tem em mãos mais de US$ 3 trilhões em títulos do governo americano, valor superior à nossa dívida pública, estes US$ 53 bilhões festejados pelos nossos cortesãos são dinheiro para o cafezinho. É conveniente lembrar que em 1984 éramos a 11º PIB e a China, que renasceu em 1976 após a morte de Mao Tse Tung, era o 20º PIB mundial.
DEPENDÊNCIA
Novamente dependemos do dinheiro de um país estrangeiro para construir nossas rodovias, ferrovias e portos (Inglaterra) e aciarias (EUA), como já foi no passado. Novamente diminuímos a renda dos nossos atuais e futuros aposentados, e aumentamos impostos, para manter as mordomias dos vagabundos e ladrões da nossa Corte. Com raras exceções, cada vez mais raras. É bom lembrar, que em 1984 recolhíamos para o sustento da Corte, 20% do PIB. Hoje, 2015, chegaremos a 40% do PIB. E não vai parar por aí.
E, quando os atuais meliantes que detém a chave do cofre passarem à oposição, convocarão a claque de camisas vermelhas e os block bostas, para gritar “Fora FMI”, “Fora Imperialistas” e encher a cabeça dos ignorantes – sempre em maior número – de que estamos sendo explorados pelos capitalistas estrangeiros.
CAPITALISMO SEM RISCO
Nossa Corte, desde 1808, é composta pela “nobreza”, pelos funcionários públicos donos de verdadeiros feudos, pelas oligarquias rurais e “empresários” industriais ou financeiros, assim denominados, mas que praticam o capitalismo sem risco, ou seja, sempre amparados pelos recursos dos cofres públicos, seja produzindo para o governo ou, emprestando o dinheiro do governo para o próprio governo.
Esta situação, no Brasil, será eterna, mesmo eventualmente com uma nova ditadura. Somos reféns de partidos políticos, que nos aplicam uma farsa de democracia, pois não nos é dado o direito de escolher candidatos, mas apenas referendar os nomes impostos, via de regra, de pessoas sem caráter.
Se tomarmos a Revolução Francesa (1789) como ponto de partida, constataremos que houve apenas uma troca no núcleo que domina os países do Ocidente. Saíram as famílias imperiais, os “nobres” passaram à condição de funcionários públicos, e, entraram os burgueses. Porém, continuam uma casta, em que, por mais preparado que esteja, por mais inteligente que seja, quem dela não faz parte, paga. E quem dela faz parte, recebe.
CAPITALISMO SOCIAL
Capitalismo Social propõe a mudança desta situação, dentro de um novo paradigma, onde impere verdadeiramente a democracia e todos cidadãos tenham o direito de chegar aos cargos que governam este país.
Até lá, não adianta culpar pelas nossas mazelas o capitalismo burguês, que aliás está mais para mercantilismo. Procurem a culpa em outro lugar, preferencialmente na nossa Corte, da nossa eterna Monarquia, agora Republicana, que não se importa de sentar em outro colo, desde que não perca suas mordomias.




http:capitalismo-social.blogspot.com.br 


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Lula deve explicações

Carlos Chagas

Um dia o Lula falou que não bastava aumentar salários. Era preciso mudar o regime. O tempo passou, mas à exceção dos metalúrgicos do ABC, durante alguns anos, os salários não aumentaram e o regime continua o mesmo. A Nova República continuou velha e o partido dos trabalhadores nem é dos trabalhadores e muito menos é partido. A reforma política nada reformou. A Câmara rejeitou todas as propostas de mudança e o Senado confirmou a supressão de direitos trabalhistas.
Fazer o quê? Aguardar as próximas eleições é sonho de noite de verão. Faz décadas que nos enganamos com a expectativa, porque tudo fica na mesma. Imaginar a rebelião das massas equivale a desconhecê-las e a ignorar que jamais terão consciência de sua capacidade.
Quem assistiu as longas sessões da Câmara, terça-feira e ontem, rejeitando alterações eleitorais, bem como a adesão do Senado ao massacre do trabalhador, concluirá pela desimportância do Congresso e a falência dos partidos políticos.
Madame, no México, exultou e confundiu todo mundo ao dizer “que desde 2008 o Brasil adotou medidas anticíclicas para evitar contaminação da economia pelos efeitos da crise global e que agora é hora de desfazer as medidas anticíclicas e fazer o dever de casa”. Entenderam? Nem eu.
VAMPIRO NO BANCO DE SANGUE
A verdade é que apesar de o PT continuar votando contra os direitos trabalhistas, nenhuma proposta saiu de suas bancadas no sentido de dividir com as elites a carga de sacrifícios para enfrentar a crise econômica. Joaquim Levy já se declarou contra o imposto sobre grandes fortunas e sua opinião parece haver frutificado no partido. O vampiro continua se banqueteando no banco de sangue.
Numa palavra, o regime continua o mesmo enquanto, ou por conta disso, os salários não aumentam. O Lula deve explicações. Pretende voltar ao palácio do Planalto, em 2018, com que intenção? Corrigir os malfeitos de Dilma parece muito pouco. Ampliar o assistencialismo será inócuo. Mudar o regime?
O primeiro companheiro precisa dizer o que pretende. O seu ideal não pode restringir-se à possibilidade dos operários frequentarem churrascarias uma vez a cada seis meses. Muito menos a voltar aos tempos em que a crise econômica não nos atingia. O provável candidato é intuitivo. Pouco ou nada lê. Toca de ouvido. Mas deve definir o seu regime.






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Levy diz que dinheiro acabou, mas Dilma dá 30 bilhões ao BNDES

Pedro do Coutto

Ao reaparecer ao lado de Aloizio Mercadante, votação pelo Senado, das medidas que compõem o chamado ajuste fiscal, o ministro Joaquim Levy – reportagem de Geralda Doca, Catarina Alencastro, Cristiane Jungblut, Eliane Oliveira, Gabriela Valente, Fernanda Krakovics e Júnia Gama, edição de O Globo de terça-feira – afirmou que o país precisa repensar o gasto de recursos públicos a longo prazo. E acentuou: acabou o dinheiro, enfatizando o desafio para obter recursos para financiar projetos de infraestrutura.
Acabou o dinheiro? Não parece. Pois o Diário Oficial d 22 de maio publica na primeira página lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff, assinada também pelos ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa, destinando crédito de 30 bilhões de reais ao BNDES, através da emissão de títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal, cujas características – acrescenta – serão definidas pelo Ministério da Fazenda. As palavras de Joaquim Levy encontram-se em oposição ao Diário Oficial. Inclusive o parágrafo terceiro do artigo 1º estabelece que o crédito concedido pelo Tesouro nacional será remunerado pela Taxa de Juros de Longo Prazo, Selic, portanto hoje à base de 13,25% ao ano, cinco pontos acima do índice oficial de inflação.
Há falta de sintonia entra a palavra e o gesto assinalado, lendo-se o texto em sequência da nova lei que permite ao BNDES refinanciar os contratos de financiamento firmados até 31 de dezembro de 2014, relativos ao setor de transporte de carga. A presidente Dilma Rousseff vetou os dispositivos que determinavam ao BNDES divulgar a relação de suas operações de crédito, mas autorizou a União a conceder (parágrafo 3º do artigo 2) subvenção econômica sob a modalidade de equalização da taxa de juros nas operações de refinanciamento. Como será feita – pergunto eu – a subvenção econômica por intermédio da equalização da taxa de juros? O parágrafo 6º responde: caberá ao Ministério da Fazenda regulamentar as condições.
Mas regulamentar o que, se o dinheiro acabou? Logo não é verdadeira a versão que a fonte de recursos do Tesouro tenha secado. Inclusive ele próprio, Joaquim Levy, afirmou, está no Globo, ser preciso um ajuste estrutural porque mudaram as condições da economia brasileira e o preço internacional das commodities que financiava as exportações não é mais o mesmo.
NÃO HÁ LÓGICA
As receitas previstas no orçamento, aprovada há um mês, em abril portanto, não têm conexão com a realidade da arrecadação. O PIB não está devagar por causa do ajuste. O ajuste está sendo feito porque o PIB está devagar. Ora, francamente, o que o ministro sustenta não tem sentido lógico. Pois despreza a ponte entre a causa e o efeito, invertendo os polos da questão essencial, pois não se pode transformar a vítima em culpado. A vítima é a população do país. Mas ela não tem culpa alguma pelo aumento veloz no custo de vida. Ao contrário. Vítima da ascensão do desemprego, ela só pode reagir retraindo o consumo. Não possui outro recurso, não tem outra maneira.
Os setores empresariais têm à disposição a tentativa de elevar seus preços. Os assalariados não. Encontram-se fora desse círculo de possibilidade. Não possuem máquinas capazes de compensar as reduções que sofrem em seus vencimentos. Pois os preços estão sempre na frente das reposições aplicadas nos valores do trabalho. Na fase em que nos encontramos, a reação torna-se praticamente impossível, uma vez que a oferta da mão de obra está superando a demanda. Resultado que deve ingressar nos cálculos de Joaquim Levy: os salários caem, o consumo também, e a produção nacional no fim da linha. O país não vive só em função das exportações. Há também as importações e as remessas de capital para o exterior. Basta conferir o Balanço de Pagamentos.





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Horário eleitoral “gratuito” vai custar R$ 281,3 milhões em 2015



Dyelle Menezes e Marina Dutra 


As mordomias dos partidos políticos vão além dos R$ 867,56 milhões destinados ao Fundo Partidário, valor três vezes maior que o do passado. As agremiações políticas também não pagam as propagandas políticas exibidas mesmo em anos sem eleições. Em 2015, por exemplo, a isenção fiscal para essa atividade vai somar R$ 281,3 milhões.
O benefício às emissoras que veiculam o horário eleitoral obrigatório é garantido pela legislação eleitoral (Lei 9.504/2007). O valor deduzido em imposto de renda corresponde a 80% do que as empresas receberiam caso vendessem o espaço para a publicidade comercial.
Enquanto as emissoras arcam com 20% dos custos, é como se cada brasileiro pagasse, indiretamente, R$ 1,13 para receber informações sobre candidatos e partidos políticos no rádio e na TV. Entre 2002 e 2014, R$ 5,2 bilhões deixaram de ser arrecadados pela União por conta das deduções fiscais, em valores correntes. Só no ano passado, a isenção foi de R$ 840 milhões.
O valor de 2015 converge com o de outros anos em que não ocorreram eleições. Em 2013, R$ 296,1 milhões foram destinados para a isenção para as propagandas. No exercício de 2011, o governo deixou de receber R$ 210,5 milhões para isentar as empresas de comunicação.
A isenção concedida às empresas de rádio e televisão é uma das mais altas na lista da Receita. Este ano, supera, por exemplo, os benefícios tributários com o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (R$ 173,6 milhões). Até 50% das doações e 40% dos patrocínios são deduzidos do imposto de renda das empresas que participam de ações e serviços de reabilitação da pessoa com deficiência, previamente aprovados pelo Ministério da Saúde.
Para a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (ABERT), este mecanismo fiscal é indispensável. Além do interesse público na veiculação das propagandas eleitorais e político-partidárias, como facilitador à difusão dos projetos políticos e ideais que compõem o pluralismo político-partidário, trata-se de legítimo direito das emissoras de radiodifusão de serem ressarcidas pelo ônus financeiro resultante da prestação dos serviços.
A estimativa da Receita para a perda de arrecadação no ano é feita com base na Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) do ano anterior. A estatística sobre a renúncia fiscal é a mais próxima a que se pode chegar, tendo em vista que se trata de um método de inferência, ou seja, impossível saber o número exato. Dados definitivos são somente aqueles de arrecadação, quando os impostos realmente foram recolhidos.
Falta transparência
Não é possível saber quanto cada emissora deixa de contribuir com o espaço que “cede” para as propagandas políticas. De acordo com a Receita Federal, não é permitido divulgar qualquer informação sobre “a situação econômica ou financeira” de empresas.
Segundo o órgão “o sigilo fiscal protege todo e qualquer item que esteja inserido no conjunto das informações que componham a situação financeira e econômica do contribuinte. (…) Toda e qualquer informação, mesmo que isoladamente, e num menor grau, acaba por expor uma realidade financeira ou econômica.”









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