Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

-

CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Reynaldo-BH: Os ‘soldados da web’ do PT foram mobilizados para a invasão dos blogs de quem tem mais de um neurônio

Há um movimento nas redes sociais comandado pela tropa de “soldados da WEB” do PT que saiu em defesa de Dilma e do lulopetismo neste ano de eleições. E que invade blogs independentes para ofender e provocar comentaristas não alinhados com o pensamento único.
Nada disso é novo. Há anos sei o que é isso e como funciona. Assim como o titular deste blog.
Reinaldo Azevedo publicou um post em que explicita este comportamento e o acusa de tentar impedir a interação entre quem tem ideias (nós) e quem segue cartilhas e ordens (eles). É verdade.

O aviso, certamente, será útil para muitos. Não pensem que estamos, comentaristas, imunes às agressões ou mesmo ameaças.
Não estamos, nem estivemos nestes anos negros. É uma prática comum aos milicianos de plantão, que usam a rede para tentar pasteurizar a corrupção e implantar um regime protoditatorial.
Só discordo da opção de Reinaldo Azevedo, a quem respeito sempre! Não preciso que me “protejam” de ataques e ameaças. Deixem-me escolher o que farei ou como agirei, dentro das regras de cada espaço.
Mas é importante que todos saibamos de mais esse desvio de caráter da canalha petista, que paga por opiniões amestradas e defesas do indefensável.
Não é lenda urbana nem desconfiança exagerada. A coisa tem nome, identidade e regras, como se vê nos sites do tal movimento do PT para tomar de assalto a internet.
Nada contra usar a WEB. Tudo contra falsificar a opinião e o número de aderentes (modess) a partir de uma trupe paga e dependente de neurônios.
É a censura às avessas. Se não se pode (ainda, nos sonhos deles) censurar, que ao menos se emporcalhe o espaço de debates.
Alguns colunistas ─ a exemplo de RA ─ não permitem a entrada dos ratos nos ambientes. Outros oferecem o espaço em troca de surras de rabo de tatu e abraços de jegue, o que só excita os pretensos invasores em busca de masoquismo. E outros tentam uma convivência com alguém que tenha um mínimo de respeito pelo espaço democrático que disponibilizam.
2014 é guerra. E não será por uma tropa de descerebrados que vamos abandonar nossa frente de luta. Nem deixar de ridicularizar os filhotes de Dilma.
Sei que quase nada se aproveita depois de eliminados os palavrões. Quando assim acontecer ─ se houver algo a responder ─ estaremos por aqui.
Sempre. Eles são pagos. Nós somos LIVRES.

HÁ MAIS COMUNISTAS NO BRASIL DO QUE NA CHINA

O MAIOR PROBLEMA DO BRASIL É QUE TEMOS AQUI MUITO MAIS COMUNISTAS DO QUE NA CHINA. COMENTÁRIO DO JORNALISTA PAULO MARTINS NO SBT..

Com Padilha, PT já põe em pratica o “financiamento público de campanha”. É um escárnio!

REINALDO AZEVEDO
Alexandre Padilha, ainda ministro da Saúde, fez campanha eleitoral antecipada de maneira arreganhada, desabrida, sem pudor. O ministro falou aos brasileiros nesta quarta, dia 29 de janeiro. Pretexto: anunciar a campanha de vacinação contra o vírus HPV. Sabem quando as vacinas estarão à disposição? Só em março. Ora, qual é a natureza dos pronunciamentos públicos, feitos em rede nacional de rádio e TV, prerrogativa de que só dispõe o governo federal? Anunciar um serviço, fazer um comunicado de urgência, informar algo relevante à população. Trata-se, sim, de algo relevante. Mas cabe é pergunta: é urgente?
Ocorre que Padilha, que apareceu com a sua gravata vermelha — que pertence ao uniforme de campanha dos petistas —, está deixando o Ministério da Saúde para se candidatar ao governo de São Paulo. O pronunciamento, segundo a pasta, custou R$ 55 mil. Mas esse, obviamente, é só o custo, digamos, de produção. O que o ministro estava fazendo era faturar politicamente uma ação de governo orçada em R$ 15 milhões.
Tanto se tratava de campanha que Padilha não se limitou a falar da vacinação. Aproveitou também para faturar com o programa “Mais Médicos”. O tom era de proselitismo escancarado. Disse: “Com o programa Mais Médicos, o governo federal está dando outro passo decisivo para levar mais saúde a áreas que, durante décadas, viveram esquecidas”.
É mesmo? Se a memória do ministro é fraca, a minha é boa. Em 2002, último ano do governo FHC, havia 2,7 leitos hospitalares, públicos e privados, por mil habitantes. Em 2013, havia 2,3. A Organização Mundial de Saúde recomenda 5. Em 11 anos, houve uma queda de 15%. Atenção! No país que vive uma epidemia de crack, há apenas 0,15 leito psiquiátrico por mil habitantes. É a metade do que havia em 2002, quando o PT venceu a eleição. Nos países civilizados, a média é de um leito psiquiátrico para cada mil pessoas, quase seis vezes mais. Entre 2005 e 2012, e isso inclui a gestão do doutor Padilha, o SUS perdeu mais de 41 mil leitos.
Mas, agora, temos os cubanos espalhados Brasil afora para, como disse a presidente Dilma certa feita, dar umas apalpadas nos pobres. Esses médicos, chamados “de família”, não podem realizar vários procedimentos, como cirurgias, por exemplo. No Brasil profundo, trabalham em postos de saúde e hospitais caindo aos pedaços. Considerar que a chegada dos cubanos é a redenção da saúde, em face dos números a que acabo de me referir, é um escárnio.
Padilha é o ministro de Dilma que mais fez pronunciamentos oficiais em rede nacional — cinco ao todo — e é o segundo que mais usou jatos da FAB até dezembro do ano passado. Viajou a várias capitais brasileiras, por exemplo, para receber os médicos cubanos — sempre acompanhado de assessores e fotógrafos. O material coletado, claro!, ajudará a turbinar a campanha eleitoral.
Chega a ser uma piada que o Supremo Tribunal Federal esteja a apenas um voto para formar a maioria que vai proibir as doações de empresas a campanhas eleitorais. Desde que sejam transparentes, que mal há nisso. Condenável, detestável mesmo, é este uso absurdo do dinheiro público em favor de uma candidatura.
Evangélicos
Leio na Folha: “Ontem Padilha usou o horário de almoço para assistir a um culto evangélico no auditório da Saúde. ‘Quem está aqui não é o ministro, é alguém que crê em Deus’, disse a cerca de 60 funcionários do ministério.”
Muito bem! Tem início o ritual de conversão cristão à boca da urna, quando o índice dos que acreditam em Deus no Brasil alcança 110%… Em 2010, Dilma revelou até a sua santa de devoção: a “Nossa Senhora de Forma Geral”, que ela chamou de “deusa”, fundando o cristianismo politeísta. 
Por Reinaldo Azevedo

ANOMIA, O CASO BRASIL Maria Lucia Victor Barbosa

O sociólogo Emile Durkeim (1858-1917) viveu as turbulências do início da sociedade industrial e isto influenciou sua preocupação com a ordem e com novas ideias morais capazes de guiar o comportamento das pessoas. Ele observou os conflitos resultantes das transformações socioeconômicas nas sociedades europeias e concluiu que havia um estado de anomia, ou seja, a ausência de leis, de normas, de regras de comportamento claramente estabelecidas.

Na atualidade o rápido desenvolvimento dos meios de transporte, de comunicação, da tecnologia, da ciência indica a transição para um mundo mais complexo onde o conhecimento de hoje é rapidamente ultrapassado amanhã. Nesse contexto valores são perdidos, instituições se desagregam, percepções entre o certo e o errado desaparecem e o indivíduo parece uma mosca tonta na janela de um trem-bala. Prevalece o individualismo, o hedonismo, a vulgaridade, a mediocridade, a imoralidade.

Como as sociedades são dinâmicas e não dá para permanecer nesse estado indefinidamente aos poucos vai se construindo uma nova ordem. Paralelamente começam a surgir novas representações coletivas, outro conceito de Durkeim a significar experiências advindas da influência grupal – família, partido político, religião, etc.- que suprem os indivíduos com ideias e atitudes que ele aceita como se fossem pessoais.

No Brasil, país da impunidade, do jeitinho, da malandragem sempre houve certa anomia. Um salvo-conduto para o desfrute impune de atos de corrupção. Uma largueza moral que encanta os estrangeiros que aqui vêm usufruí-la sem jamais ousarem repeti-la em seu país. Características essas culturais originadas historicamente e aprimoradas ao longo do tempo.

Contudo, foi com a entrada do PT na presidência da República que acentuou nossa anomia. Isso se deu através dos sucessivos e impunes escândalos de corrupção do partido que se dizia o único ético, o puro, aquele que vinha para mudar o que estava errado. No poder o PT se tornou não um partido não igual aos outros, mas pior.

Por isso mesmo foi marcante o julgamento do mensalão quando, pela primeira vez, poderosos e seus coadjuvantes foram parar na cadeia por conta da coragem e da firmeza do ministro Joaquim Barbosa auxiliado por alguns ministros do STF.

Lula da Silva sempre foi um homem de muita sorte ajudada por sua verborragia. Herdou um país sem inflação, além de políticas públicas as quais de certo modo imitou. No plano internacional reinava calmaria econômica. No âmbito interno nenhuma oposição partidária ou institucional. As performances escrachadas do “pobre operário” agradavam a maioria e formou-se uma representação coletiva que aceitava todos os desvios e desmandos do governo. Diante da roubalheira o povo dizia: “se eu estivesse lá faria a mesma coisa”.

O todo-poderoso Lula da Silva se reelegeu e fez mais, obteve um “terceiro mandato” sem precisar alterar a Constituição. Isso porque elegeu uma subordinada que não dá passo sem ouvir suas ordens.

Contudo, no final do segundo mandato de Lula da Silva a economia do Brasil paraíso começou a fazer água e os três anos da sucessora tem sido um fiasco retumbante.

O álibi para o descalabro é a crise internacional, mas, na verdade foi a politica econômica incompetente e errática da presidente e do Mr M autor das mágicas contábeis, ou seja, do Senhor Mantega, que está nos conduzindo ao fracasso.

 O governo do PT conseguiu nos transformar no país dos pibinhos, no lanterninha dos BRICS. A inflação cresce, tivemos em 2013 o maior déficit comercial de nossa história, com resultado negativo de US$ 81,3 bilhões, a geração de emprego recuou 18,6% no ano passado, a desvalorização cambial já é outro grave problema.

Existe, porém, algo mais que a economia. Lula da Silva se aliou à escória governamental, a começar pela América Latina. Insuflou ódios raciais. Jogou a Educação no nível mais baixo enquanto seu ministro Haddad tentava insuflar amoralidade na formação das crianças. A Saúde virou sinônimo de crueldade e não serão médicos cubanos, ideologicamente trazidos para cá, que reporão a falta de estrutura de hospitais e postos de saúde.

Agora está sendo colhido o que foi plantado com os votos no PT. A manifestação pacífica de junho, em 2013, foi só um passo tolhido pela entrada dos tais Black Blocs, politicamente inseridos ou não. Entretanto, várias outras manifestações vêm se espalhando pelo país de forma violenta com queima de ônibus, interdição de estradas, depredações, saques. Enquanto isso aumenta a força da criminalidade dando a nítida impressão de que um tenebroso Estado paralelo se sobrepõe ao Estado de Direito.

A rotineira barbárie da prisão de Pedrinhas é a ilustração mais perfeita da anomia brasileira a qual devemos agradecer aos nossos governantes, especialmente, ao governo do PT.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga

A dinheirama para Delúbio: armação ou sem-vergonhice contagiosa?

Ser mensaleiro, ora vejam, pode render mais de milhão. Isso se o sujeito for um condenado e estiver em cana — ou, ao menos, dormindo na cadeia. Em plena operação do esquema, rendia muito mais. O site criado para arrecadar dinheiro para pagar a multa de Delúbio Soares já teria juntado mais de R$ 1 milhão de reais.
É um acinte! Por que escrevo “teria juntado”, pondo a informação sob suspeita? Porque só nesta quinta-feira R$ 600 mil caíram na conta de uma vez só. A multa que Delúbio tem de pagar é R$ 466.888,90. Até ontem, o total arrecadado era de R$ 1.013.657,26.
Quem é essa gente que doa com tanta generosidade? O único ente oficial que vai ter acesso aos nomes é a Receita Federal, já que esse tipo de operação é tributada — e, claro!, o partido. Se os próprios comandantes do PT fizeram boa parte das doações, como deve ter acontecido, ninguém ficará sabendo.
É claro que o PT decidiu debochar da Justiça como um todo e do Supremo Tribunal Federal em particular. Ao criar um site para doações de pessoas que permanecerão anônimas, tenta fazer de conta que a sociedade está contra o tribunal. O petista Marco Aurélio Garcia, que é assessor especial de Dilma para assuntos internacionais, não escondeu a intenção: “Isso é uma resposta ao ministro Joaquim Barbosa. Ele, com seus exageros, acabou mobilizando ainda mais a militância”.
Os mensaleiros também trocam a grana entre si. Da campanha de Genoino, sobraram R$ 30 mil reais, que ele decidiu doar a Delúbio. Da de Delúbio, sobrarão mais de R$ 500 mil, que vão para José Dirceu e João Paulo Cunha…
É um mau sinal. Estamos diante da evidência de que o PT, além de não admitir os crimes cometidos, ainda parece se orgulhar deles e da suposta adesão de sua militância. Digo que a adesão é suposta porque, enquanto os respectivos nomes dos doadores continuarem em sigilo, o bom senso obriga a desconfiar.
E notem o seguinte: a hipótese da farsa é a benevolente. A não benevolente é mais grave. Se há mesmo tanta gente disposta a condescender com o crime e a colaborar com criminosos, é sinal de que a sem-vergonhice é contagiosa.
Por Reinaldo Azevedo

Dilma financia ditadura anticristã com nosso dinheiro Escrito por Thiago Cortês

É uma afronta a todos os evangélicos e católicos brasileiros que nunca quiseram se tornar patrocinadores de sanguinários ditadores ateus.
 Nunca ouvi ou li qualquer crítica de Ariovaldo Ramos sobre o regime cubano.
A presidente Dilma Roussef está investindo o nosso dinheiro em uma ditadura que prende cristãos, ataca igrejas, impede a evangelização e a livre circulação de missionários.
Dilma esteve na ilha presídio dos irmãos Castro para inaugurar o grandioso Porto de Mariel. O governo brasileiro investiu U$ 682 milhões na construção do porto de Cuba. Nenhum porto brasileiro jamais recebeu tamanho investimento. 
O governo federal também tem injetado dinheiro na ditadura através do programa Mais Médicos. Quase nada fica com os médicos cubanos e quase tudo vai para os Irmãos Castro. 
O pagamento nos primeiros seis meses de convênio do Mais Médicos é de U$ 511 milhões. Ou seja, 2014 ainda nem começou, e Dilma Roussef já garantiu mais de 1 bilhão de dólares para a ditadura que antes era sustentada pelos investimentos da União Soviética.
Enquanto estiver no poder, a esquerda brasileira fará o possível para ajudar o decadente regime ditatorial cubano a sobreviver. Talvez você ainda não tenha percebido, mas o dinheiro que vai para Cuba sai do seu bolso, e não do bolso de Dilma, Lula ou Gilberto Carvalho.
Toda essa dinheirama sai do bolso dos brasileiros que pagam impostos. É o dinheiro que está no Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), não para ser utilizado no desenvolvimento do nosso País, mas na ajuda à uma ditadura que persegue e executa discordantes.
Além de perseguir dissidentes políticos, a ditadura cubana impõe restrições graves e desumanas aos cristãos que lá vivem. Recentemente, a comunidade cristã cubana sofreu uma nova onda de repressão, com prisões em massa e atos de violência orquestrados.
Os líderes evangélicos cubanos recentemente publicaram uma carta aberta conjunta questionando a repressão que os cristãos têm sofrido na ilha e pedindo ajuda internacional. 
Desde que Raul Castro assumiu o poder, as organizações missionárias registraram mais de 100 violações da liberdade religiosa na ilha. Os líderes do Movimento Apostólico em Cuba tiveram sua principal igreja destruída por ordem do governo no ano passado. 
O reverendo Omar Perez e sua família sofreram uma perseguição cruel na ilha desde que o líder evangélico passou a expandir sua obra missionária em Cuba. A propriedade da igreja foi confiscada e o reverendo foi intimado a depor no tribunal.
Desde então Omar e sua família têm sido alvos de perseguição sistemática, incluindo “atos de repúdio” que contam com a participação de multidões violentas nas cercanias de sua residência. Tudo isso, é claro, é orquestrado pelos agentes de segurança dos Irmãos Castro.
Os evangélicos que lá vivem relataram aos missionários que sofrem com detenções arbitrárias, assédio constante dos agentes de segurança do Estado e restrições financeiras severas.
Os cristãos cubanos sofreram uma forte onda de repressão quando da visita do então Papa Bento XVI à ilha caribenha. Na época o regime cubano prendeu centenas de evangélicos e católicos que poderiam se manifestar durante a visita do pontífice.
Ditadura assassina
A ditadura cubana já praticou centenas de execuções de cidadãos que discordam da ideologia comunista. É um fato vergonhoso que fez até com que um comunista notório como o escritor José Saramago retirasse seu apoio ao governo cubano nos idos do anos 2000.

Em 2003 Fidel Castro ordenou a execução sumária de quatro cidadãos cubanos acusados de tentar sabotar a ditadura. Eles foram mortos sem direito a julgamento ou defesa.
O governo federal está investindo em uma ditadura anticristã o dinheiro captado via impostos no Brasil, ou seja, o nosso dinheiro. É uma afronta a todos os evangélicos e católicos brasileiros que nunca quiseram se tornar patrocinadores de sanguinários ditadores ateus.
É necessário que a Bancada Evangélica no Congresso Nacional leve esses questionamentos adiante, pois tenho certeza de que os cristãos brasileiros não autorizaram que seu dinheiro seja utilizado no financiamento de um regime estrangeiro anticristão.
O silêncio da esquerda evangélica
Tão terrível quanto a atitude do governo Dilma de investir nosso dinheiro em uma ditadura que persegue, censura e aprisiona cristãos é o silencio indulgente de personalidades evangélicas diante do matadouro de liberdades que é o regime cubano.

O pastor Ariovaldo Ramos não perde a chance de usar qualquer turbulência social no Brasil para fazer jorrar rios de absurdos contra policiais da Tropa de Choque, políticos conservadores e líderes evangélicos que se opõem ao comunismo (que seus artigos convertem em estereótipos).
Os artigos explosivos do pastor – como este no qual delira sobre evangélicos avançando contra a Polícia – dão a impressão de que vivemos sob um regime autoritário e que os policiais, os conservadores e os evangélicos anticomunistas são todos fascistas enrustidos.
A verdade é que Ariovaldo tem assegurado, no Brasil, o direito de publicar todas essas bobagens sem sofrer qualquer tipo de perseguição estatal. Os irmãos cubanos jamais poderiam criticar diretamente o a ditadura dos Castro sem sofrer sérios riscos.
Nunca ouvi ou li qualquer crítica de Ariovaldo sobre o regime cubano, mais especificamente sobre a perseguição imposta a pessoas que querem apenas o direito de professar sua fé e dizer o que pensam – como o próprio Ariovaldo pode fazer no Brasil.
É uma vergonha, e espero que o pastor Ariovaldo se corrija. Não porque estou pedindo, mas por amor à igreja perseguida.

Thiago Cortês é sociólogo e jornalista.

A Gestapo do PT e o pau de arara virtual Escrito por Félix Maier

O livro aborda em detalhe a estratégia petista de alcançar o poder totalitário, desde que Lula, “o ganso que virou pavão”, se tornou presidente da República.

O livro recém-lançado de Romeu Tuma Jr., 'Assassinato de Reputações – Um crime de Estado', em depoimento ao jornalista Cláudio Tognolli (Topbooks, Rio de Janeiro, 2013), tornou-se um dos mais vendidos do Brasil. É um livro-bomba. E a bomba só não explodiu ainda porque o Brasil é uma republiqueta bananeira, com sede política em Havana e filiais em Brasília, Caracas e Buenos Aires.
Os fatos escabrosos narrados no livro, que ainda não acabei de ler, não me causaram nenhum tipo de surpresa, porque há muito tempo eu tenho a exata noção do que seja o PT e seu projeto totalitário fascista em implantação no Brasil. O que causa surpresa é o estrondoso silêncio ouvido na mídia e entre os políticos – com a honrosa exceção da revista Veja. Como não saiu nada no Jornal Nacional, nem no Fantástico, é como se o livro não existisse e ponto final. Já que o livro não existe – embora esteja em segundo lugar entre os mais vendidos da lista de Veja -, nada se fala do seu conteúdo. Lula, envolvido direto nas denúncias de Tuma Jr., sempre tão loquaz, ficou mudo quando surgiu o escândalo “Rosegate” e agora anda ainda mais mudo, surdo e cego, dentro do princípio maroto “não sei de nada”.
Muitas pessoas não conseguem encontrar o livro nas livrarias. A desculpa é sempre a mesma: “está esgotado”. Muitos suspeitam que petistas estão comprando o livro em grande número para destruí-lo.
Foi uma bênção Tuma Jr. ter sido alçado a Secretário Nacional da Justiça. Só assim tomamos conhecimento dos crimes cometidos pelo PT e aliados, onde o Mensalão foi o menor deles. Já Tuma pai cometeu um erro grosseiro, ao mudar de partido, passando para a “base alugada” do PT. Delegado íntegro e de longa vivência no meio político e na Segurança Pública, Tuma deveria conhecer melhor o verdadeiro PT, não aquele candidamente apresentado a ele pelo “Barba”.
Pelo livro, sabemos que Lula nunca foi de fato um preso do DOPS, mas um hóspede com muitas regalias. Mais: Lula foi um importante colaborador (“ganso”) do DOPS, em São Paulo, e tinha o codinome de “Barba”. O “alcaguete e aprendiz do DOPS” tinha estreita ligação com o delegado Romeu Tuma e repassava importantes dados sobre passeatas, greves etc., de modo que o governo militar se antecipasse aos fatos e tomasse providências no sentido de garantir a segurança pública e evitar depredações. Nesse sentido, Lula foi útil ao governo militar. Todavia, o “Barba” também se valia de sua liderança no meio sindical para, em conluio com os patrões da indústria automobilística, aumentar o preço dos veículos. A desculpa marota era sempre a mesma: aumento do salário dos metalúrgicos. (O que não foi a redução do IPI dos carros, quando o “Barba” se tornou presidente, senão uma autêntica malandragem, que atendia tanto aos metalúrgicos, que mantiveram os empregos e aumentaram seus salários, quanto aos donos das montadoras, que nunca lucraram tanto na vida?)
O livro aborda em detalhe a estratégia petista de alcançar o poder totalitário, desde que Lula, “o ganso que virou pavão”, se tornou presidente da República. Jornalistas amestrados (a “língua alugada” de que fala Tuma Jr.) também se prestam a esse objetivo: Lula e o PT são mestres em usar a imprensa e o dito jornalismo investigativo como peças de contrainteligência e de condenação avant la lettre: a imprensa acaba sendo levada a fazer o papel de um tribunal de condenação que precede toda a segurança jurídica” (pág. 23).O jornalista publica o que recebe, e tal notícia acaba sendo anexada a um inquérito como verdadeira. Ou vira a peça inicial do inquérito. Tem mais: quando a reportagem de um jornalista é agregada ao inquérito com informações que você mesmo plantou, emprega-se outro truque: ao anexar o texto da reportagem nesse inquérito, você o ‘vitamina’ com altas doses de mentiras. Ninguém vai checar se a reportagem que gerou o inquérito continha ou não essas informações. O truque é muito simples. Coloque pitadas de mentiras ainda mais mentirosas na reprodução, no corpo do inquérito, do que aquilo que foi publicado pelo jornal” (pág. 24-25).
Com as redes sociais, a “falconaria” petista se esmera em assassinar reputações, tanto de revistas, quanto de pessoas: “As redes sociais transformaram-se num instrumento poderoso para a guerrilha virtual na qual o PT tem sido imbatível, pois há muito tempo seus seguidores aprenderam a lidar com essa poderosa arma” (pág. 139).
O livro aborda também temas bombásticos, como o caso ainda insepulto de Celso Daniel (torturado no corpo com cano de arma quente, antes de levar 15 tiros), a Operação Satiagraha, o dossiê Alstom (desde 2008 o PT queria vazar os dados e usou o CADE para isso em 2013, para atingir governos tucanos), o dossiê Ruth Cardoso, o Rosegate, o grampo ilegal contra ministros do STF. O último capítulo aborda em detalhes a Operação Trovão, que tinha como alvo fritar Tuma Jr, Secretário Nacional de Justiça, envolvendo-o com um chinês acusado de ser um mafioso, Paulo Lee, quando na verdade Tuma Jr. tinha em mente promover uma anistia, de modo que estrangeiros conseguissem a naturalidade brasileira, dentro da lei. Segundo Tuma Jr., Lula o usou como fraldão geriátrico, totalmente descartável, e foi essa covardia que resultou no agravamento da saúde de Tuma pai e sua consequente morte:
Nunca me calei, sempre mandei apurar. Até que chegou a minha vez. Gilberto Carvalho, braço direito de Lula, e ainda de Dilma, tentou negociar o meu silêncio sobre os trambiques e sinecuras que testemunhei, sobre tudo o que sei, como ninguém, a respeito da morte de Celso Daniel, em troca de uma cerveja, você verá. Não aceitei. Veio o refluxo. Fui levianamente acusado e covardemente frito. A história que se segue é a história da tentativa de assassinato da minha reputação. Que, a bem da verdade, como uma estratégia das organizações criminosas, se consumou em boa parte e medida. Além de tirar a vida do meu querido e amado pai, tais estrategos do lulismo atingiram em cheio as outras duas coisas que mais prezo, e que valem muito mais que minha vida: a minha família e a minha honra” (pág. 25). “Eu havia sido frito e defenestrado pela mídia depois que o governo Lula resolvera divulgar uma velha e falsa notícia – a de que eu teria favorecido um suposto contrabandista oriental, que sequer foi denunciado por isso. E mais: que eu era amigo do chefe de uma ‘máfia’ que jamais disseram qual era, quem integrava, quais suas atividades. Tudo para atingir a reeleição de meu pai e inviabilizar minha permanência no seu governo, combatendo a corrupção e o crime organizado, que, como o tempo mostrou, nele se instalaram confortavelmente. De resto, eis aí os motivos que levaram meu pai à UTI” (pág. 30).
O PT, desde sempre, se valeu de métodos clandestinos para bisbilhotar e fabricar dossiês falsos contra adversários políticos, principalmente em época de eleição. Foi assim no caso dos “aloprados” - um maroto eufemismo lulano. Foi assim para derrubar Collor de Mello na tal “campanha pela ética”. Foi assim na “CPI dos Anões do Congresso”, quando o senador Esperidião Amin chamou os arapongas petistas de PTPol, a Polícia do PT. Amin estranhava a desenvoltura com que José Dirceu apresentava documentos que só um espião poderia fazer - aliás, José “Daniel” Dirceu, então presidente do PT, é especialista em Informações, Contrainformação, Estratégia e Segurança Militar, com treinamento em Cuba, e fez parte do MOLIPO, grupo terrorista criado pelo Serviço Secreto cubano.
O que me chamou a atenção foi o modus operandi da Polícia Federal, no tocante à indústria de dossiês, à disseminação desbragada de grampos e o uso também ilegal dos Procedimentos Criminais Diversos (PCD) e dos Relatórios de Inteligência (Relints), utilizando-os como peças do processo judiciário. É sobre esse grave assunto que pretendo focar. Assim, faço a seguir algumas transcrições do livro, para que os leitores tirem suas conclusões.
Escreve Tuma Jr.:

“80%, para ser bem favorável a eles, são casos que nascem de “grampos” ou de compartilhamento de relatórios produzidos em inquéritos ou nos anômalos PCDs – Procedimentos Criminais Diversos – iniciados com as tais escutas que a lei diz que só devem ser realizadas em último caso, ou quando não houver outro meio de prova. Mas eu pergunto: quando se escolhe um alvo para se investigar, e não um crime, como usar outro tipo de diligência que não o ‘grampo’ ”? (pág. 72)
“As operações da PF aumentaram quinze vezes durante o governo Lula. Pularam, por exemplo, de 16 em 2003 para 143 até agosto de 2009. De 2003 para 2010, o número de funcionários da PF saltou de 9.231 para 14.575, um crescimento de 58%” (pág. 73).
“Sob Lula, a PF teve tantas e tamanhas operações porque a lógica foi invertida: ela estipulava primeiro o ‘alvo’ e depois passava a gerar supostas informações sobre ele. Sempre com dossiês ou grampos. Só o vocábulo ‘alvo’, em si, já induz que ninguém mira em algo para errar. Sob Lula, tivemos, industriosamente, a juntada de relatórios do bunker da PF em inquéritos, e pior: sem qualquer compromisso cronológico com a realidade dos fatos. Aí, antes de qualquer coisa, você vaza na imprensa esses relatórios, e condena o acusado no tribunal em que os sites de pesquisa se transformaram. Sob Lula, passa-se a investigar alvos, não crimes, e cria-se uma polícia de estado totalitário” (pág. 74).
“Não é para menos que Márcio Thomaz Bastos me sugeria, antes mesmo que eu assumisse, a ideia de se criar a Super Secretaria Nacional de Justiça, absorvendo a Senad, o Coaf, o Arquivo Nacional e, a depender das condições políticas, até a Abin, além de criar o documento único de identidade sob o nome de Registro de Identidade Civil – RIC. Eu não viabilizei as mudanças porque temia a aglomeração e concentração demasiada e absoluta de poder num mesmo órgão. Parece até que eu já pressentia os riscos e acontecimentos futuros” (pág 74).
“Ademais, no meu ponto de vista, alguns deles funcionavam adequadamente e na estrutura correta, e a ideia do RIC, que eu recusei, acabou indo para a PF: CPF, RG, CNPJ, carteira nacional de habilitação, título de eleitor, tudo num número só, num só documento, num único arquivo ou banco de dados” (pág 75).
O Exército Brasileiro está fazendo uma nova identidade para seus militares da ativa, em formato de cartão, onde irá constar o RG, CPF, CNH, título de eleitor, PASEP, tipagem sanguínea, dados do registro de casamento. O banco de dados terá também as digitais eletrônicas dos dedos das mãos dos militares. Esses dados, inclusive a digital do polegar direito, na verdade já constam na identidade tradicional - com espaço do RIC em branco. Bom para os usuários, ótimo para a bisbilhotagem do PT. Se dados pessoais de militares da ativa do Exército, como identidade, CPF, Banco e conta-corrente onde recebem seus vencimentos vazaram recentemente na Internet, por que esses dados do RIC verde-oliva não iriam parar no Data Center da PF para utilização da Gestapo petista?
“Serviços secretos, de inteligência, ou mesmo polícias mundialmente famosas não usam nem nunca usaram os métodos da PF de fazer IP (Inquérito Policial) ou procedimentos similares no setor de inteligência. Cito como exemplos: o FSB (Serviço de Inteligência Russo), a antiga KGB da ex-União Soviética, a CIA americana, o Mossad israelense, e o Serviço de Inteligência Britânico MI5; ou ainda a Direção de Inteligência Militar (DIM) e os Serviços de Inteligência Bolivariana (Sebin), antiga Direção de Serviços de Inteligência e Prevenção (DISIP), da Venezuela. É possível que somente a temida Gestapo tenha se aproximado dessa atuação, mas sem as mesmas tecnologias de hoje. Enfim, uma vergonhosa invenção brasileira, um produto que sequer a ditadura concebeu” (pág. 82).
“Essa DIP, Divisão de Inteligência Policial, é um bunker, onde se coleciona uma série de informes, informações, relatórios e dossiês contra o ‘mundo’ sem que seja dada a necessária e correta difusão. A Polícia Federal usa isso como um bunker, acessado no momento em que interessa atacar ou promover uma investigação contra um novo ‘alvo’, da polícia ou do governo. Fala-se tanto nos tempos da ditadura, em seus arquivos, mas isso ocorre nas barbas desse governo; pior: com sua condescendência, e ninguém toma qualquer providência” (pág 82-83).
“Vejamos o caso do ex-senador Demóstenes Torres. Eles arquivaram um relatório de inteligência feito contra ele e que datava de 2006. Por que não fizeram nada na época? Porque não interessava. O tal relatório ficou cozinhando nas gavetas do bunker. No momento político oportuno, tais papéis saíram do forno para atingir Demóstenes, figadal adversário do governo petista. Tudo isso porque o governo estava operando para Demóstenes migrar para a base petista aliada. E quando definitivamente ele não foi, chegou a hora de o galo cantar; e o relatório de inteligência veio, altissonante, à luz do dia e para toda a mídia” (pág. 85).
“O uso absurdo e excessivo do Auto de Investigação Preliminar – AIP, que, como o Procedimento Criminal Diverso – PCD, não sofre qualquer correição, controle interno e externo, é outra aberração. Esse tipo de procedimento não tem respaldo na legislação penal. Quando a polícia quer ou tem que investigar algum fato típico, o faz no bojo de um inquérito policial, nos termos do Código de Processo Penal. Esse procedimento, uma vez instaurado, não pode ser arquivado sem ordem judicial. Esses PCDs ou AIPs, ao contrário, são procedimentos anômalos que podem se prestar a uma série de arbitrariedades e desmandos de toda ordem. Podem, inclusive, servir como um instrumento muito eficiente para corrupção, na medida em que não sofrem qualquer controle e não possuem qualquer registro. Quem manda começar pode mandar encerrar” (pág. 87).
Uma prática comum nos vazamentos da PF é apresentar apenas a decupagem (resumo) das gravações, escolhida a dedo, e não a degravação (íntegra). Publicado o grampo ilegal na imprensa, é a senha para o início de processo criminal. O “indiciado” passa a ser automaticamente condenado pelo “STG – Supremo Tribunal do Google”, com a exposição de seu nome no site da PF. Segundo Tuma Jr., são operações sistemáticas de desinformação e contrainteligência realizadas pela Gestapo tupiniquim, de modo a destruir o “inimigo”. Como se sabe, o PT trata os adversários políticos como inimigos do Estado, que devem ser eliminados.
“Essa técnica de gravar, editar e vazar, sobejamente usada, é uma nova modalidade de violação dos direitos e garantias fundamentais em forma de tortura psíquico-física. Trata-se do moderno ‘pau de arara’ virtual, um legado desse governo” (pág. 93).
“A DIP, Divisão de Inteligência Policial, e o SIP, Serviço de Inteligência Policial, são áreas reservadas e secretas. Ali nem o Ministério Público entra, nem o próprio pessoal da PF que não for dali entra! Eles não têm cartório; você não pode consultar os registros dos inquéritos porque são inquéritos ‘fantasmas’. O golpe tem vagos fundamentos no direito e nenhum deles na democracia, porque, quando registram o inquérito, fazemno de forma errada, para nos confundir. Vai descrito como um crime para ser apurado na ‘delegacia de Crimes contra a Previdência Social’, mas é possível mandá-lo pra outro lugar, sem declarar. Na DIP ninguém pode entrar, o cara vem te receber na porta. É um órgão que não sofre correição, ninguém vai lá, nem o Ministério Público faz correição lá. Não tem controle externo nem interno. É o diabo à solta. Os advogados estão ferrados, meu caro. Se chegam lá, não têm acesso, não entram na sala, ficam de fora. Eles mandam algum meirinho, ou esbirro, que fala para o advogado: ‘Olha, doutor, aqui não tem inquérito’. O advogado só conseguirá achar o inquérito depois de um mês, na delegacia errada” (pág. 98-99).
“Os relatórios de inteligência de hoje são 99,99% feitos de decupagem, que não é transcrição mas dedução de conversa gravada em telefone. Pior: eles são feitos por agentes, escrivães ou papiloscopistas policiais, contrariando frontalmente a lei, porque não é atribuição desse pessoal da Polícia Federal. O único que tem atribuição para produzir documento de inteligência é o delegado de polícia, conforme o decreto do Ministério do Planejamento que nós temos aqui. Se for produzido por agente, escrivão ou papiloscopista, é ilegal” (pág. 105).
Sobre os veículos aéreos não tripulados (VANT), hoje mais conhecidos como drones, adquiridos para vigiar nossas fronteiras, escreve Tuma Jr. “Descobri que o projeto verdadeiro era outro... Esse avião consegue voar sem ser notado, por exemplo, em cima de Brasília e filmar o que um senador ou ministro do STF está fazendo dentro de casa” (pág. 107).
“Essa é a grande contradição que ninguém explora, esse negócio de transparência que eles continuam pregando, Lei de Acesso à Informação etc. Eles querem dar acesso à informação aos arquivos da ditadura, que são arquivos porque nunca foram usados em processos. Existem relatórios de inteligência para subsidiar a decisão dessas autoridades superiores. Na ditadura servia para isso. Na democracia, esses relatórios de inteligência servem para prejudicar os outros, para usar como peça de polícia judiciária. Em vez da questão de depoimento judicial, se usa isso como peça de inteligência e arquiva-se o relatório. A própria Polícia Federal agora está usando documento de 2004 contra a amiga do Lula, a Rosemary Póvoa Noronha. Por que ela não foi investigada em 2004? Por que não botou para frente isso? Houve chantagem? Eles prevaricaram na época? Não, era um documento de inteligência e está sendo usado agora como documento de polícia judiciária, um supercrime!” (pág. 107).
“A pergunta que eu faço é: o que era mais importante para o Estadão noticiar? A foto do ‘chefe da máfia’, um chinês, com o secretário nacional de Justiça na China, ou entregando um presente para o presidente Lula numa sala reservada do Ministério da Justiça? Eu respondo: é óbvio que, se não fosse armação do governo com o jornal, se o indivíduo fosse mesmo um mafioso, o Lula estaria na capa do Estadão e não eu. Era só uma questão de raciocínio, mas os demais veículos da mídia preferiram entrar no barulho da ‘Trovão’; não se ligaram que ali também foram uma espécie de ‘fralda’ para o Planalto e para a PF, que, seletivamente, também escolheram as fotos que seriam vazadas” (pág. 115).
“Na PF, o silogismo, para dedução em inteligência, funciona assim: ‘Todo ladrão tem arma em casa; você tem arma em casa; logo, você é ladrão’. Ou ainda, para usar o primeiro exemplo: ‘Todos os homens são mortais; ora, você é mulher; logo, é imortal’ ” (pág. 130).
Quer mais? Compre o livro...
Na pág. 151, Tuma Jr. escreve: “Relato tais atrocidades com a profissão de fé de quem bota uma mensagem numa garrafa: alguma autoridade vai sacar a rolha, abrirá tudo e lerá”. Será que ainda existe alguma autoridade com aquilo roxo e abra a rolha da garrafa? Ou já está tudo dominado?

As olheiras - ELIANE CANTANHÊDE


FOLHA DE SP -

BRASÍLIA - Enquanto discutimos a passadinha da presidente para comer bacalhau em Lisboa, o que deve estar chateando mais a própria Dilma é aquela foto de cara lavada, com umas olheiras medonhas.

É claro que presidentes têm direito a folga, a lazer, a bacalhau bom e a hotel melhor ainda. Muito justo. Mas, pera lá, às escondidas? E reservando 45 suítes nos dois hotéis mais caros? Aliás, para que viajar com meia centena de funcionários?

Não precisava exagerar...

Aí vem a imprensa, sempre essa malvada, e conta tudo. Dá o maior rolo. Dilma fica uma fera. E o Planalto desanda a desfiar versões. No ato seguinte, óbvio, a oposição tira casquinha e entra com pedido de investigação na Comissão de Ética Pública da Presidência. Não durou nem 24 horas, a comissão disse não.

As olheiras, porém, são anteriores a essa celeuma toda. A vida de presidentes é mesmo uma dureza e Dilma, imaginando que ninguém ia saber da "escala técnica" e do passeio pelas ruas de Lisboa, deve ter dispensado a maquiadora. Não devia.

Quem vai de Davos a Cuba, vive se queixando dos pessimistas e dos velhos (e velhas...) do Restelo, reclama de jeitinhos em dados e vê o ministro da Fazenda ironizando os "nervosinhos" deve estar mesmo cheia de olheiras e num mau humor danado.

E ainda há todos os problemas na economia, que teima em não crescer; da reforma ministerial, infernal em ano de eleições; e do PMDB, que está trocando petistas por oposicionistas justamente no Rio, um dos três maiores colégios eleitorais do país.

Agora, vêm esses chatos da internet espalhar brincadeirinhas maldosas sobre os financiamento do Brasil na ilha dos Castro e até lançando um novo PAC, o "programa de aceleração de Cuba". Irreverentes.

Pior: os manifestantes começaram o aquecimento, com o governo novamente atordoado, sem saber qual será, afinal, o tamanho da encrenca durante a Copa. Você ainda queria que Dilma não tivesse olheiras?!

Vale a pena ver a Copa no Brasil? - ROGÉRIO GENTILE


FOLHA DE SP -

SÃO PAULO - Os episódios do final de semana em São Paulo reforçaram a desconfiança de que o país não está preparado para garantir a segurança dos turistas na Copa do Mundo, a despeito do esforço de autoridades e da Fifa para demonstrar o contrário. Vale a pena assistir a uma competição num lugar em que policiais dão tiros de bala de borracha no saguão de um hotel?

O governo brasileiro prepara um esquema gigantesco de segurança, com custos estimados em mais de R$ 40 milhões. O plano envolverá a Força Nacional, a Polícia Federal, as polícias estaduais, a Defesa Civil, os Bombeiros, as Guardas Municipais e, provavelmente, até o Exército, o que deve ser suficiente para proteger delegações, autoridades estrangeiras e, talvez, o entorno dos estádios.

Mas uma Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo, levando milhares de pessoas a pontos turísticos, estações de metrô, shoppings, restaurantes etc. Ou seja, a inúmeros lugares nas 34 cidades envolvidas de alguma forma no evento que poderão servir de palco para ações violentas e criminosas dos tais "black blocs" e para reações destemperadas de policiais.

Exatamente como ocorreu na cidade de São Paulo no sábado, por ocasião das comemorações dos seus 460 anos. Cerca de 1.500 pessoas protestaram pacificamente, durante duas horas, contra a competição, até que um grupo encapuzado resolveu atacar bancos, lojas e carros.

Na sua reação, a polícia paulista não teve dúvidas. Simplesmente invadiu o lobby de um hotel na rua Augusta, onde se refugiaram cerca de cem manifestantes, "black blocs" ou não, com a mesma virulência de quem enfrenta uma rebelião num presídio.

E os turistas? Bom, levando em conta as declarações das autoridades de São Paulo, que defenderam enfaticamente a ação da polícia no confronto, os turistas eram apenas um detalhe. O importante era "evitar uma tragédia".

A destruição da Argentina - EDITORIAL O ESTADÃO


O Estado de S.Paulo -

Devastada de tempos em tempos por algum governo incompetente e populista, a economia argentina mais uma vez se esboroa, com inflação em disparada, problemas de abastecimento, produção estagnada, reservas cambiais quase no fim e quase nenhum acesso - ou nenhum, mesmo - ao financiamento internacional. Nem originalidade se pode atribuir à presidente Cristina Kirchner e ao bando de ineptos ao seu redor, pelo menos quanto aos erros. Há pouca novidade nos principais disparates cometidos em dois mandatos consecutivos. Mais de uma vez, nos últimos 40 anos, o governo argentino produziu o quase milagre de esvaziar as prateleiras num país conhecido como grande produtor e exportador de alimentos. E mais de uma vez esse país está a um passo de um desastre cambial, embora os preços agrícolas tenham sido muito bons, no mercado internacional, nos últimos anos.

Irresponsabilidade monetária e fiscal, ingerência nos preços, barreiras à exportação e à importação, interferência no câmbio e conflitos com o setor agropecuário, de longe o mais produtivo da economia, são marcas de vários governantes argentinos. Em relação a esses pontos, nenhuma inovação nos últimos anos. Se os Kirchners tiveram alguma originalidade foi em outras linhas de ação.

O primeiro, Néstor, marido de Cristina, juntou-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há uns dez anos, para criar uma estranha e desastrosa parceria entre Argentina e Brasil - uma aliança terceiro-mundista, naturalmente antiamericana e incompatível com qualquer projeto sério de inserção do Mercosul no mercado global. Essa parceria acabou favorecendo um crescente protecionismo do lado argentino, ruim para o Brasil, para as economias menores do bloco e para a indústria argentina, acomodada e cada vez menos competitiva.

Sucessora do marido, Cristina Kirchner manteve o padrão geral da gestão anterior, mas aperfeiçoou o estilo, adotando a falsificação de informações macroeconômicas, a começar pelo índice de inflação. Conseguiu para seu país, com isso, uma distinção pouco invejada e ainda mantida. Ao publicar os dados argentinos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) passou a acrescentar às tabelas notas com ressalvas sobre a credibilidade dos números.

Desmoralizado internacionalmente e pressionado pelo FMI, o governo da presidente Cristina Kirchner comprometeu-se a mudar as estatísticas oficiais, atrasou-se, foi censurado e anunciou um novo prazo.

Se o novo indicador for melhor, as contas do crescimento econômico deverão ser mais confiáveis, porque o deflator aplicado aos valores será mais realista. Mas essa mudança ainda é promessa. Por enquanto, vale o velho roteiro.

Segundo o governo, os preços ao consumidor subiram 10,9% em 2013. Segundo fontes independentes, a inflação deve ter superado 28%. Além de produzir números sem credibilidade, o governo continua tentando frear a inflação por meio de controles de preços e ameaças. A escassez é consequência normal desse tipo de política.

Segundo o secretário de Comércio Interior, Augusto Costa, faltam quase 50% dos produtos em alguns supermercados. O antecessor de Costa, Guillermo Moreno, costumava impor limites de preços por meio de ameaças, o mesmo recurso usado, com frequência, para proibir importações, principalmente de produtos brasileiros. Moreno deixou o governo, mas a ingerência nos preços e o protecionismo foram mantidos. Também houve mudança no Ministério da Economia. O novo responsável, Alex Kicillof, preserva o costume de atacar os empresários, em vez de se ocupar com as causas da inflação.

Se empresários mal-intencionados causam a inflação, especuladores inimigos devem ser culpados pelos problemas cambiais. A desvalorização do peso nos últimos dias foi atribuída pelo chefe do Gabinete de Ministros, Jorge Capitanich, a interessados em quebrar o país para "ficar com seus recursos energéticos e naturais a preço de liquidação". Também o governo brasileiro tem usado esse discurso: a inflação e a crise da indústria são importadas. Se a culpa é dos outros, nada há para corrigir.

Descaso com fiscalização é doença nacional - EDITORIAL O GLOBO


O GLOBO -
Trens descarrilam, aviões atrasam, caminhões invadem pistas, ônibus capotam, e por aí vamos contando aos milhares mortos e feridos


Ser pouco depois das 9h, antes do horário permitido para veículos pesados trafegarem na via, não impediu que Luís Fernando Costa, motorista de um caminhão-basculante, entrasse, terça-feira, na Linha Amarela, na altura de Pilares. Poucos minutos depois, em velocidade equivalente à dos carros, Luís Fernando, com a caçamba levantada, derrubou uma passarela. Balanço da imprevidência: cinco mortos — quatro na hora —, feridos e o fechamento até o fim da tarde deste importante eixo de ligação entre a Zona Oeste (Barra, Jacarepaguá etc.), a Zona Norte e o Centro da cidade. Há investigações evidentes. Como sobre o que levou a caçamba a ser acionada e, além disso, por que Luís Fernando, mesmo a mais de 80 quilômetros por hora, não percebeu que havia algo errado. Ontem, ele próprio revelou que falava ao celular com um amigo, infração capitulada no Código de Trânsito.

A tragédia na Linha Amarela faz crescer a extensa relação de acidentes, e não apenas de trânsito, que ocorrem no país muito por falta de fiscalização, problema potencializado pela irresponsabilidade e sensação de impunidade que este vácuo incentiva. Na Linha Amarela, onde há câmeras de vigilância e radares, não deveria ser difícil para a concessionária Lamsa e a polícia coibirem a circulação de caminhões fora do horário — ainda mais com caçambas alçadas. Mas fiscalização séria não é mesmo o forte neste país. Na mais perfeita tradução da imagem do cadeado na porta já arrombada, ontem pela manhã a PM apareceu e multou vários caminhões na via.

Este também é um costume nacional. No incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), no início do ano passado, enquanto se contabilizavam as duas centenas de mortos e os feridos, um furor fiscalizatório varreu o país e inspirou legisladores federais, estaduais e municipais a baixar normas, proibições, etc. Em vão, pois em muitos lugares continuam a faltar fiscais, e há regras baixadas no auge da repercussão do drama que insistem em continuar no papel.

Os 50 mil mortos por ano no trânsito não derivam do acaso. Há de tudo por trás da estatística macabra: pistas malconservadas, devido à falta de investimentos em infraestrutura, e também pouca ou nenhuma fiscalização. A Lei Seca deu certo onde é seguida porque é aplicada — o que nem sempre ocorre com outras leis.

O próprio aparelhamento das agências reguladoras, pelo PT e aliados no plano federal, e, no caso do Rio e dos transportes, pela base aliada do governador Sérgio Cabral, denota este desprezo institucional pela supervisão por parte do poder público.

Enquanto esforços não deixam de ser feitos para mapear as finanças do cidadão com finalidades tributárias, o resto corre à matroca. Trens descarrilam, aviões atrasam, caminhões invadem pistas, ônibus capotam, e por aí vamos contando aos milhares mortos e feridos. A sensação de insegurança deixou de ser apenas devido à criminalidade.

Vaquinha - MARTHA MEDEIROS


ZERO HORA -

O site www.vakinha.com.br permite que qualquer pessoa organize uma vaquinha com um propósito determinado, desde conseguir dinheiro para a festa de formatura da filha até reformar o teto da igreja, desde reunir fundos para uma cirurgia até realizar uma viagem para conhecer o neto que nasceu em Sergipe. A pessoa estipula quanto vai precisar e, ao alcançar a quantia desejada, sai automaticamente do site – não há excedente. As contribuições podem ser feitas por boleto bancário ou cartão de crédito, e, se não estou enganada, o valor mínimo é de R$ 5.

Atualmente, há uma vaquinha em prol do dono do carro incendiado durante um protesto em São Paulo. O serralheiro Itamar Santos passava com seu velho Fusca ano 75 e mais quatro pessoas, incluindo uma criança, na Avenida Consolação, quando foi surpreendido por colchões pegando fogo no meio do caminho. Achou que conseguiria desviar da barricada, não conseguiu e, quando deu por si, o veículo estava em chamas. Foi o tempo de estacionar e retirar todos de dentro. Uma sorte terem escapado ilesos, mas o Fusca deu perda total, e o serralheiro ficou sem o carro com que entregava portões, seu ganha-pão. Agora, há uma vaquinha em benefício do seu Itamar a fim de que ele receba R$ 10 mil: R$ 7,5 mil para comprar um novo fusca e R$ 2,5 mil para cobrir os dias que está sem trabalhar. Até este momento, foram coletados R$ 2.768,50.

Esmola eletrônica, exatamente. Mas o termo “vaquinha” é mais simpático. Gosto da ideia de que cada um de nós, doando uns trocados, pode colaborar para que alguém realize um sonho (terminar a obra da casa, fazer um tratamento dentário etc) ou que seja ressarcido por uma perda, como é o caso do seu Itamar, que, se fosse esperar providências das autoridades, ficaria anos passando o chapéu nas ruas sem jamais alcançar os seus R$ 10 mil. As pessoas são mais solidárias quando conhecem o problema de quem precisa. Por isso, a vaquinha realizada através de sites e redes sociais é mais eficiente, pois ficamos sabendo para quem vai o dinheiro e que uso terá.

Você pode estar pensando que há quem se aproveite desse recurso para projetos menos nobres, como organizar um churrasco para a galera. Sem problema. O que há de estranho? A galera convidada é quem contribui e o churrasco sai. Rachar a conta é o que importa, seja pelo meio que for.

Estranho seria alguém contribuir para alguma bizarrice, tipo, sei lá, deixe-me pensar em algo bem esquisito... Imagine que alguns políticos ajudaram a fazer com que nossos impostos não fossem utilizados de forma correta, que tenham roubado dos cidadãos que neles confiaram. Imagine que esses políticos foram condenados a devolver para o país, em forma de multa, o prejuízo causado, e que eles organizassem uma vaquinha para tal. Você contribuiria? Estranho seria isso. Você estaria pagando duas vezes o mesmo imposto.

O ‘rapa’ e o Uai - CARLOS ALBERTO SARDENBERG


O GLOBO -
Governo não gera riqueza. Quem gera riqueza é o setor privado, o empreendedor com seu ‘espírito animal’



A cena me foi descrita por uma ouvinte da CBN, quando eu estava no ar na última terça-feira: em São Paulo, na movimentada Avenida Rebouças, num calor de rachar, dois PMs saem de uma “viatura” e confiscam os copinhos de água que um homem vendia aos sedentos motoristas parados no semáforo.

Comércio ilegal reprimido, diz a autoridade. O “rapa”, dizem os ambulantes.

A ouvinte mandou a história como ilustração, pelo avesso, da entrevista que eu fizera naquela mesma terça com o mineiro Elias Tergilene, fundador dos shoppings populares Uai — três unidades em Belo Horizonte e uma em Manaus — e que está tratando da instalação de novas unidades no Rio (Morro do Alemão) e em São Paulo. Seu objetivo, ele conta, é abrir espaço formal para empreendedores populares.

Quem são eles? Os moradores das periferias e favelas que querem, precisam ou já tocam um negócio informal. Associado ao Sebrae e à Fundação Dom Cabral, Tergilene treina e forma essas pessoas para colocá-las na legalidade.

Mas reparem a explicação dele: “Preciso ensinar essas pessoas a ganhar dinheiro para pagar a formalização, para pagar os impostos... Essas pessoas fazem riqueza para o país, não podem ser tratadas como bandidos.”

Sim, a questão não é simples. Imagine que você tem uma loja formal, paga ao contador, ao advogado e os impostos, e um sujeito coloca uma banquinha bem na frente para vender coisa parecida. Concorrência injusta, claro. Não pode.

Ou você vende sanduíches, tendo que pagar também a taxa da vigilância sanitária e dos bombeiros, e um cara começa a assar churrasquinhos bem ao lado. Aí, além de concorrência injusta, há um problema de saúde pública.

Tudo bem, mas por que uma pessoa vai vender copinhos de água em congestionamentos, sob um sol de 35 graus? Porque não encontra serviço que pague mais. Ou porque faz um bico depois do trabalho regular.

Ou porque tem talento, como a dona de casa que começa a vender empadinhas ou biquínis, ou abre um salão nos fundos. Ou como um funcionário de escritório que perde o emprego, recebe a indenização e resolve tentar um negócio de consertos domésticos. Ou como uma moça, boa de internet, que compra dois computadores e instala uma lan house na sala de sua casa.

Situações diferentes exigem respostas diferentes. Nem sempre é o caso de chamar o “rapa” — que aparece na forma de polícia ou fiscal, não raro cobrando pedágio.

E sempre, mas sempre mesmo, será o caso de chamar pessoas como Elias Tergilene. E sempre será o caso de tentar, pela via do setor público, os caminhos que ele toma pela via da iniciativa privada.

Tergilene sabe do que fala. Com a experiência de quem foi camelô e ambulante — começou vendendo de estrume a madeira — ele vai direto ao ponto: tem muito talento por aí, muita gente séria querendo ganhar dinheiro honestamente. Hoje, por exemplo, tem fábrica de móveis e mineração, além do Uai.

Olhando as histórias, pode-se dizer: se o governo não atrapalhar, já está mais que bom. Mas, claro, será bem melhor se o governo e todo o sistema formal puderem apoiar certas iniciativas.

Os shoppings Uai dão dinheiro ao seu fundador. Os lojistas pagam apenas uma taxa de ocupação, nada sobre o faturamento. No ano passado, as quatro unidades faturaram R$ 36 milhões e todo o negócio até aqui foi tocado com capital próprio.

Tergilene diz que seus shoppings misturam atividade econômica e social. Têm o objetivo de desenvolver a economia e o comércio locais, gerando negócios e empregos ali mesmo onde é instalada a unidade. Gasta-se dinheiro para treinar e formar as pessoas.

Mas não consegue financiamento, nem nos programas especiais do BNDES e da Caixa. “Se for enquadrado como shopping, os juros são muito elevados; se não é shopping, é o quê?”, diz ele. Já se fosse um porto em Cuba...

Para as unidades no Rio e em São Paulo, Tergilene está tentando financiamentos públicos e privados, além de parcerias com prefeituras e comunidades locais.

Não deveria ser um caso especial. Governo não gera riqueza. Quem gera riqueza é o setor privado, o empreendedor com seu “espírito animal”. Logo, deve ser a lógica do sistema: pessoas que tenham a iniciativa de produzir e vender coxinhas ou programas de computador precisam ter os caminhos abertos.

Faz um ano da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria. Não foi por fatalidade que morreram 242 pessoas. Não é por fatalidade que ninguém tenha sido condenado até agora. O local apresentava várias irregularidades. Está alguma coisa muito errada quando o poder público deixa passar uma situação como essa e “rapa” os copinhos de água de um ambulante.

‘Os sem-noção’


Publicado na coluna de Carlos Brickmann
Às vezes o problema não é a quantia, nem a legalidade. Comprar um picolé e saboreá-lo ao lado de um garoto que pede pão envolve pouco dinheiro e é totalmente legal. Mas é indecente. É coisa de, para dizer o mínimo, gente sem noção.
Pode-se escolher um nome mais duro. Mas evitemos chamar de cafajestada um anúncio em rede nacional sobre as maravilhas do Governo maranhense, enquanto no presídio de Pedrinhas nem houve tempo para lavar o sangue do chão.
Sua Excelência a governadora Roseana Sarney, a propósito, foi quem, no meio de toda a crise das decapitações, dispôs-se a abastecer a despensa do Palácio e de sua casa de praia com lagostas, camarões, uísque 12 anos. Sem noção.
Há crianças fora da escola, hospitais públicos em mau estado, às vezes sem remédios básicos. Temos presos amontoados em celas inadequadas, comandados pelo crime organizado. Mas não faltam verbas para os espetaculares edifícios dos tribunais ─ projetados, claro, por Niemeyer. Os prédios do STJ, TST e Procuradoria-Geral da República, mais um anexo do Supremo, custaram quase R$ 1,5 bilhão. Nos EUA, só o presidente da Suprema Corte tem carro oficial. Aqui, de desembargador para cima, todos têm carro oficial com motoristas. Sem noção.
Maria Antonieta, rainha da França, era popular. Mas os gastos da Corte e um presente que recebeu do marido, Luís 16 ─ o belo palácio Petit Trianon ─ foram mal vistos pelo país em crise. Ela, sem noção, só percebeu que seu prestígio se esvaíra quando o povo se revoltou.
Como os presos do Maranhão, foi decapitada.
Mas a festa continua
Renan Calheiros, presidente do Congresso, foi flagrado duas vezes usando desnecessariamente aviões da Força Aérea Brasileira (numa delas, foi fazer um implante de cabelos no Recife). Cid Gomes, governador do Ceará, levou a família inteira, incluindo a sogra, para um passeio aos Estados Unidos, em avião fretado com recursos públicos. O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, está de férias na Europa, interrompe o descanso duas vezes, para duas palestras, e recebe onze diárias por isso, no valor de R$ 14 mil.
A presidente Dilma vai a Davos com uma comitiva monumental, fala do combate à pobreza e garante que o déficit público será controlado. Na viagem de volta, dá uma paradinha em Portugal, oficialmente para reabastecimento do avião, e ocupa 45 aposentos em dois dos hotéis mais luxuosos de Lisboa. Só sua suíte presidencial custa, a preço de balcão, R$ 26 mil reais por dia. A presidente poderia ter se hospedado na Embaixada do Brasil, um belo prédio seiscentista.
E a noção?
Lisboa, bela cidade
E por que a presidente Dilma e a copiosa comitiva fizeram escala em Lisboa, já que saíram de Zurique com destino a Havana, onde inaugurariam um porto cubano feito com dinheiro brasileiro? Simples: segundo um grande jornal impresso, o avião precisava de reabastecimento por não ter autonomia para voar da Europa a Cuba. Tudo muito bom, tudo muito bem.
Mas em que continente, mesmo, o cavalheiro que escreveu a notícia pensa que se localiza Portugal?
A marcha do cabelinho
O bloco Pacotão, formado por jornalistas, que desde 1977 desfila no Carnaval de Brasília (sua primeira marchinha era uma sátira devastadora ao Pacote de Abril, baixado pelo presidente militar Ernesto Geisel), já divulgou seu refrão para o Carnaval de 2014. Numa singela homenagem ao senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, Bota o cabelo na testa, tira o cabelo da nuca, ficava mais barato ter comprado uma peruca.
Mas, cá entre nós, Renan de cabelo novo, seguindo o exemplo do colega de partido Paulo Skaf, não vai ficar uma gracinha?
Palavras precisas
O presidente estadual do PT no Rio, Washington Quaquá (que, nas horas vagas, é prefeito de Maricá), já se declarou tranquilo com relação ao futuro dos companheiros petistas que estão sendo descartados de seus empregos públicos pelo governador Sérgio Cabral, do PMDB. Frase textual de Quaquá:
“O pessoal vai se alocar no mercado.”
Em tantos anos de jornalismo, poucas vezes este colunista viu um político falar de forma tão sincera, com palavras tão precisas, de seus colegas de partido.
Tadinhos dos aviões
Marcelo Guaranys, presidente da Anac, Agência Nacional da Aviação Civil, ficou irritadíssimo com os acontecimentos da sexta-feira passada, quando passageiros da linha Cuiabá ─ São Paulo da Gol, depois de duas horas encarcerados no avião parado, no escaldante sol carioca do Aeroporto do Galeão, abriram de seu jeito a porta de emergência e saíram andando pela asa do Boeing.
Guaranys ficou irritado com o comportamento da empresa, que deixou seus passageiros cozinhando ao sol? Não. Irritou-se porque os passageiros pisaram na asa (e sem nem limpar a sola dos sapatos!) “Isso não pode virar moda”, disse Guaranys. “Episódios como esse colocam os passageiros em alto risco, podem danificar o avião e atrasar outros voos. Foi um dos maiores absurdos que eu já vi”.
Este colunista concorda com o responsável pela fiscalização e supervisão das empresas aéreas no país: este é um dos maiores absurdos que eu já li.

O Brasil alcançou um obsceno 8° lugar no campeonato mundial de analfabetismo

AUGUSTO NUNES - DIRETO AO PONTO

Como informa o site de VEJA, são brasileiros 14 milhões (ou 38,5% ) dos 36 milhões de adultos analfabetos recenseados na América Latina pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A informação aparece no relatório Educação Para Todos, divulgado nesta quarta-feira. O levantamento incluiu 160 países.
No ranking mundial dos campeões de analfabetismo, o Brasil ocupa um obsceno 8° lugar. Pelo andar da carruagem, a potência tropical de araque logo estará ameaçando tomar da Índia a vergonhosa supremacia entre as nações mais analfabetas do planeta. A notícia ajuda a desmoralizar o palavrório patrioteiro dos farsantes que fingem ter forjado o Brasil Maravilha.
Em outubro do ano passado, quando a PNAD constatou que a taxa de analfabetismo voltara a subir pela primeira vez desde 1998, escrevi o post reproduzido a seguir. Não há nada a acrescentar.
Ai do governo se a PNAD-2012 fosse divulgada não neste outubro, mas em junho ─ o único mês em que os brasileiros manifestam nas ruas a indignação represada no resto do ano. Ai dos vigaristas no poder se a temporada de protestos estivesse em curso quando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio informou que, pela primeira vez desde 1998, cresceu o número de brasileiros com mais de 15 anos de idade que não sabem ler nem escrever: os 12,9 milhões de 2011 subiram para 13,1 milhões. Pena que o gigante tenha ficado mais analfabeto enquanto dormia.
Caso estivesse acordado, as coisas seriam muito diferentes. Os manifestantes que não aguentam desaforo durante 30 dias por ano entrariam em ação um minuto depois da descoberta obscena. Nas ruas das grandes cidades e nos becos dos vilarejos, multidões de dimensões egípcias exigiriam aos berros a erradicação do analfabetismo até a chegada do Natal e a imediata implantação de um sistema de ensino padrão Fifa. No dia seguinte, a presidente da República anunciaria na TV o lançamento do Programa Mais Professores, anabolizado pela importação em regime de urgência de 6 mil educadores cubanos fluentes em português, todos capazes de fazer até bebê de colo decorar o abecedário em uma semana e meia.
Os presidentes da Câmara e do Senado proporiam a cassação sumária do mandato de todos os parlamentares que tratam indecorosamente a gramática e a ortografia (sem direito a embargos infringentes). Os líderes da oposição oficial, reunidos às pressas, examinariam a ideia de encerrar as férias que vão completando 11 anos. E Lula, a conselho de companheiros letrados, ficaria em silêncio até que julho chegasse ao fim e o perigo passasse. Foram todos salvos pelo calendário gregoriano. Não havia manifestantes à vista quando a pesquisa monitorada pelo IBGE avisou que a taxa de analfabetismo subiu de 8,6% para 8,7%.
Livrede sobressal tos, Dilma Rousseff dispensou-se de comentar a façanha do governo mais inepto da história. Ocupado com a candidatura da chefe a um segundo mandato, o ministro da Educação repassou o assunto à economista Wasmália Bivar, presidente do IBGE. “Isso não é estatisticamente relevante”, ensinou a alquimista federal.  ”A PNAD de 2012 confirmou o patamar de 2011, o que quer dizer estabilidade”. Uma diferença de 0,1% pode ser irrelevante em pesquisas que medem o tamanho da torcida do Flamengo. Aplicado ao universo formado por 157 milhões de brasileiros, escancara o cinismo da doutora.
O índice avisa que 300 mil seres humanos foram incorporados aos 13,1 milhões de confinados nas cavernas da ignorância. A imensidão de gente que não consegue ler nem escrever é maior do que a população da Suécia (11,2 milhões de habitantes). Sem contar os 27 milhões de analfabetos funcionais ─ categoria em que se enquadra quem teve menos de quatro anos de estudo. Sem contar os que aprendem nos livros do Ministério da Educação que está certo escrever errado. Sem contar os colecionadores de imbecilidades nota 10 aprovados no ENEM. Sem contar os universitários desprovidos de raciocínio lógico.
Como a “universalização da educação básica” concebida pelo governo em 2009 só vale para quem tem de 4 a 17 anos, e como os programas de alfabetização de adultos sumiram, não há esperança de salvação para os maiores de idade. São mais de 11 milhões, metade dos quais concentrados no Nordeste. Além da inscrição no Bolsa Família, o governo deveria oferecer a esses condenados à escuridão perpétua o acesso a cursos que ensinem a escrever coisas como “Nós pega os peixe”. Virariam analfabetos funcionais. E pelo menos poderiam sonhar com a Presidência da República.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Para onde vai o PT? - ELIO GASPARI


FOLHA DE SP -

Os comissários buscam um novo rumo e oferecem dois: num, há ameaça, no outro, pergunta sem resposta


Nas Últimas semanas o comissariado petista lançou duas pontes para o futuro. A primeira veio de Tarso Genro. Num artigo intitulado "Uma Perspectiva de Esquerda para o Quinto Lugar", defendeu uma ofensiva política para colocar o Brasil no seu devido lugar, admitindo que em 2023 ele se torne a quinta economia do mundo. Com uma mistureba da China de Deng Xiaoping e a reforma econômica leninista de 1921, o comissário propõe um "levantar âncoras" com "uma nova Assembleia Nacional Constituinte" amparada na voz das ruas, "sem aceitar a manipulação dos cronistas do neoliberalismo amparados na grande mídia". É um caminho essencialmente político: muda-se a ordem constitucional e faz-se o que é preciso. Desde a chegada de Tarso Genro ao mundo, em 1947, o Brasil já foi regido por duas Constituições saídas da vontade popular. Nenhuma das duas resolveu o problema dos presídios gaúchos. Muito menos os 18 governadores do Estado que governa. (Dois deles vieram do PT.)

A outra ponte foi lançada pelo secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ele admite que os progressos sociais dos últimos dez anos mostraram-se "insuficientes". O país quer "serviços de qualidade". Educação de qualidade, saúde de qualidade, polícia de qualidade.

As duas propostas parecem complementares, mas são divergentes e refletem a ansiedade da nação petista. Não há garantia de que com a Constituição de Tarso Genro consiga-se o que as outras não conseguiram. (Noves fora outras duas, dos generais.) Invertendo o raciocínio, pode-se dar qualidade aos serviços sem Constituinte. Por exemplo: como ministro da Educação, ele criou o Prouni sem grandes mudanças legais. (Esse programa pode ser comparado à GI Bill de Franklin Roosevelt, berço da nova classe média americana.) O MEC dos companheiros preservou a promiscuidade dos educatecas com a rede de ensino superior privada e manteve Pindorama no mesmo patamar medíocre no ensino médio e fundamental. Prometeram dois Enem a cada ano e patinam na lorota. O programa Ciência sem Fronteiras, da doutora Dilma, chega ao último ano de sua meta tendo cumprido apenas 35% da promessa.

Na segurança (que não é atribuição do governo federal) os companheiros esbanjaram marquetagem, até caírem no atoleiro maranhense. Na Saúde, ajudados pela oposição e pelos interesses corporativos da elite médica, o programa Mais Médicos virou panaceia. Trata-se de um curativo, mas em cidade sem médico, curativo já é muita coisa. Levaram dez anos para começar a desinfetar o mercado de planos de saúde e para começar a cobrar das operadoras a devida compensação do SUS nos casos de atendimento de seus clientes.

A doutora Dilma vai buscar nas urnas um mandato que dará ao PT o predomínio de um bloco partidário por 16 anos, coisa jamais vista no país. Buscando-se o desempenho na direção dos "serviços de qualidade" mencionados por Gilberto Carvalho, acha-se pouco num balanço dos últimos anos. Falta botar mercadoria na mesa. O caminho oferecido por Tarso Genro vem da família do "começar tudo de novo". Ela já apareceu, sem sucesso no Brasil e com êxito na Venezuela, onde o presidente Maduro viu-se obrigado a lidar com a falta de papel, quer os rolos higiênicos, quer os que imprimem jornais.

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More